Em meio a onda de ameaças de massacre em escolas, o Governo de Minas Gerais anunciou, nesta quarta-feira (12/4), uma série de medidas para reforçar a segurança nas instituições estaduais. Além do monitoramento com câmeras e sensores, que começou a ser implantado no ano passado, as escolas de MG passam a contar com novas regras e maior rigor com restrição de acesso.
Atualmente, 75% do total de 3,4 mil unidades de ensino da rede estadual de Minas Gerais têm câmeras de segurança e alarme. A tecnologia começou a ser implantada em outubro de 2022, após duas escolas de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, terem sido alvo de vandalismo e ataques neozanistas.
Entre as medidas anunciadas na manhã desta quarta-feira (12/4) estão restrições para entrada de visitantes nos prédios escolares. A partir da próxima semana, o acesso só será liberado mediante identificação e autorização do diretor da escola. "Portões fechados, qualquer pessoa que acessar a escola terá que se identificar. Os pais podem ficar tranquilos e mandar os filhos para a escola", garantiu o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Zema também prometeu um canal de comunicação direto entre os diretores de escolas, tanto públicas quanto privadas, e a Polícia Militar (PM). "Terão um número exclusivo de cada comando de unidade para que possam sem qualquer delonga comunicar ocorrências que tenham necessidade de intervenção mais urgente", anunciou.
Para isso, o Núcleo Interinstitucional de Proteção Escolar, criado nessa segunda-feira (10/4), elaborou um novo fluxo para registro de ocorrências de violência ou ameaças nas escolas, que também conta com o apoio da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber) do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O centro também irá atuar no desenvolvimento e aprimoramento do protocolo de acesso às unidades de ensino.
Reforço no policiamento
Desde o último sábado (8/4), três dias após o ataque em uma escola de Santa Catarina que deixou quatro crianças mortas, a PM está orientada a fazer um patrulhamento mais ostensivo nas áreas em torno das escolas.
Nas próximas semanas, o Governo de Minas promete entregar 127 novas viaturas para fortalecer essa rede de proteção às unidades de ensino.
O governador de Minas reforçou, ainda, a importância do engajamento da comunidade escolar para inibir a violência dentro das escolas. "Alunos e professores devem estar conscientes e levar adiante qualquer alerta, qualquer suspeita, que possa surgir. Qualquer pessoa pulando muro deve ser comunicado", afirmou.
Câmeras nas escolas
Os anúncios de prevenção foram feitos durante visita de Zema à Escola Estadual Amélia Santana Barbosa, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma das 2,5 mil da rede estadual que já contam com sistema de segurança por videomonitoramento. Com 1,1 mil estudantes do ensino médio, a unidade conta com 48 câmeras e sensores de presença, instalados em dezembro de 2022.
A tecnologia já custou R$ 48 milhões aos cofres públicos e ainda deve exigir mais R$ 35 milhões para instalação e manutenção do sistema em 100% das unidades da rede estadual de ensino. O plano do governo é concluir o projeto até o meio do ano.
"Essa verba já está no caixa escolar. O restante está em processo de licitação ou instalação das câmeras", adiantou Igor Alvarenga, secretário de Estado de Educação de Minas Gerais.