Jornal Estado de Minas

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Velório é interrompido, e corpo de ciclista vai para o IML

O velório da ciclista Jéssica Francine Lopes Pereira Alexandre, de 37 anos, que estava sendo realizado no ginásio municipal de  Engenheiro Navarro, no Norte de Minas, na tarde desta quarta-feira (12/4), foi interrompido com a retirada do corpo do local. 





De acordo com testemunhas, as pessoas que estavam no local foram informadas de que o velório precisava ser interrompido e que o corpo da vítima teria que ser levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros, a 62 quilômetros de Engenheiro Navarro, onde seria necropsiado sob a alegação de que o corpo tinha sido liberado pelo Hospital Municipal Doutor Gil Alves, de Bocaiuva, sem que tivesse sido feita a perícia.

Apesar do constrangimento, a assessoria da Polícia Civil em Montes Claros informou que "a família solicitou que fosse realizada a necrópsia na vítima". "Por isso, o corpo foi levado ao Posto Médico Legal. O normal neste caso seria solicitar o prontuário no hospital e realizar o laudo", completou.

A ciclista Jéssica Francine Pereira, que era microempresária, morreu depois de ser atropelada por uma carreta na BR-135, perto da saída de Bocaiuva para Montes Claros, por volta das 5h40 de terça-feira (11/4).

De acordo com o montador de móveis Diogo Dorneles Carvalho, que pedalava junto com Jéssica, eles seguiam pelo acostamento da rodovia quando ela foi atingida em cheio e arrastada pela carreta por cerca de 50 metros. A vítima sofreu múltiplas fraturas e hemorragia interna. Foi socorrida e encaminhada para o Hospital Doutor Gil Alves, em Bocaiuva, onde faleceu no inicio da tarde do mesmo dia.





Diogo também foi atingido pela carreta. Ele foi lançado para fora da estrada e teve escoriações. O atropelamento aconteceu em uma reta, perto de uma ponte. Os dois ciclistas seguiam no sentido Bocaiúva/Montes Claros, o mesmo da carreta, quando foram atingidos.

Eles estavam percorrendo apenas um pequeno trecho da rodovia para depois entrar em uma trilha, onde pedalavam sempre, revelou Diogo.

A empresa Eco 135, concessionária da BR-135, informou que o condutor da carreta alegou que não viu a ciclista e “que seguia no mesmo sentido sem equipamento de sinalização luminosa, vindo a colidir”.

A morte de Jéssica Francine causou muita comoção em Bocaiuva, onde ela morava e incentivava a prática do pedal. Ela sempre participava de competições amadoras da modalidade esportiva e colecionava muitas medalhas.



Velório


Na noite de terça-feira, foi iniciado o velório da ciclista no salão de uma funerária de Bocaiuva. No fim da manhã desta quarta-feira, o corpo foi levado para Engenheiro Navarro, a 20 quilômetros de Bocaiúva, para também ser velado e, depois, sepultado no cemitério municipal da cidade, terra natal da vítima.

O velório do corpo de Jéssica Francine foi iniciado em torno do meio-dia no Ginásio Municipal de Engenheiro Navarro, com previsão para sepultamento no fim da tarde desta quarta-feira.

Mas, segundo testemunhas, por volta das 16h, os amigos e parentes foram avisados da interrupção, visando à realização da necropsia em Montes Claros. A previsão é que, após a pericia, nesta quinta-feira, o corpo retornará a Engenheiro Navarro. diretamente para o sepultamento, não devendo ser mais velado.

Confira a nota do Hospital Municipal Dr. Gil Alves, de Bocaiuva


"O Hospital Municipal Dr. Gil Alves, cumprindo o seu dever de informar a população, esclarece que, no caso envolvendo o falecimento da ciclista Jéssica Francine Lopes Pereira Alexandre, o procedimento previsto para a liberação do corpo para sepultamento determina o prévio envio do corpo para o Instituto Médico Legal - IML - para os devidos procedimentos, haja vista tratar-se de caso de politraumatismo.

Infelizmente, o procedimento padrão não foi observado e o corpo foi liberado para sepultamento em desacordo com as ordens internas do Hospital.

A direção do Hospital Municipal Dr. Gil Alves já está apurando o ocorrido para que sejam tomadas as devidas providências."