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As vítimas
Até o momento, as vítimas estão em Minas Gerais, São Paulo e Estados Unidos. São 35 pessoas já identificadas, mas o número pode chegar a 300 vítimas enganadas. Entre elas, Rennan Lucas, de 28 anos, que era amigo do golpista há alguns anos.
“Ele era meu melhor amigo. Tenho uma empresa de influenciadores digitais, ele assessorava os agenciados e mexia com meu fluxo de caixa. Aplicou o golpe prometendo rentabilidades de 5% a 10% e a partir disso, ele rentabilizava os capitais. Percebi que algo estava errado quando fechamos um projeto num banco que ele deveria fazer o pagamento usando meu dinheiro, mas não fez. Meu prejuízo foi de R$ 1,2 milhão com ele, mas agora chega a R$ 3 milhões em dívida nos bancos”, diz.
Rennan chegou a ser intimidado pelo homem. “Fez várias ameaças e brincou com essa situação. Ele já marcou um encontro comigo no qual foi armado, falou que era amigo dos policiais ”, conta. Ele pede que outras vítimas façam denúncias na polícia. “Estou aqui para poder ajudar a esclarecer, sei tudo sobre ele e gostaria que as demais vítimas também fizessem isso. Não tem que ter medo de estelionatário, eles jogam com a cabeça das pessoas, mas devemos denunciar.”
Outra vítima, que preferiu não se identificar, também tem 28 anos e é empresário. Ele vendeu um carro para uma agência que o golpista era o comprador e se apresentou como investidor do mercado financeiro, captando clientes para o suposto negócio. “A proposta dele era pagar uma rentabilidade de 10 a 15%, por isso, fiz um investimento de R$ 100 mil em abril de 2020. Fizemos contrato com firma reconhecida em cartório e cheguei a receber quatro parcelas de R$ 10 mil, mas desde aquele ano, ele dizia que estava no prejuízo e ia devolver o dinheiro em breve”, explica.
Como não cair em golpes?
Para não serem enganadas por golpes financeiros, as pessoas devem se manter atentas aos sinais da fraude, como explica o delegado Marlon Pacheco. “Vale para todo tipo de golpe, não só pra pirâmide financeira, todo retorno ou ganho superior aos que a gente tem correntes no mercado, são indicativos de fraude. É impossível um retorno de 10% ao mês, inclusive em moeda eletrônica”.
“Outra característica básica são os depósitos em contas de CPF, não existe isso. Se for empresa séria, ela opera uma conta em seu nome, sob a sua responsabilidade”, acrescenta.