Um jovem de 22 anos foi arremessado do carro que dirigia, durante um acidente na madrugada desta sexta-feira (14/4), na Via Expressa, na Região Noroeste de Belo Horizonte. A suspeita é que o rapaz participava de um racha na altura do Bairro Coração Eucarístico, onde perdeu o controle da direção e bateu contra um poste em frente à 9ª Companhia da Polícia Militar, e foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII em estado grave. Dados do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito mostram que, em 2022, houve 2.649 colisões frontais (entre carros ou entre um veículo e estruturas) como essa somente em Belo Horizonte, um tipo de batida particularmente perigoso quando ocorre em alta velocidade.
Imagens de uma câmera de segurança flagraram o carro do rapaz e um outro passando em alta velocidade na Via Expressa momentos antes do acidente. O impacto da batida foi tão forte que o motor do veículo foi arrancado e ficou a cerca de 100 metros de onde parou o carro destruído. O excesso de velocidade, quando não causa acidentes, gera multas que podem passar dos R$ 800. Essa infração é considerada gravíssima e o Detran-MG emitiu 1.457 multas do tipo em BH no último ano.
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Na ocasião, o carro só parou depois de acertar uma árvore e uma manilha. Com a batida, uma passageira ficou presa às ferragens e morreu. Um segundo ocupante foi arremessado em direção ao córrego que passa pela avenida e também perdeu a vida. Rafael Vinícius Duarte Loureiro foi acusado por duplo homicídio e por lesão corporal gravíssima e o caso foi a júri popular.
Nos últimos cinco anos (2018 a 2022), segundo o Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito, 673 pessoas perderam a vida em circunstâncias semelhantes às do acidente de ontem, sendo o primeiro ano o mais letal da série histórica na capital mineira, com 152 óbitos. O perfil mais atingido é composto por homens de 18 a 29 anos, faixa etária na qual se encaixam os motoristas dos dois casos.
O excesso de velocidade é uma entre várias causas das batidas frontais e certamente é um agravante, indica o engenheiro de trânsito Frederico Augusto. Entre outros motivos, ele cita o desvio de veículos, desconcentração por uso de celular, pneu estorado ou problemas mecânicos. “Mas perder o controle e destruir o carro é excesso de velocidade, no mínimo acima de 60km/h”, afirma.
Em Belo Horizonte, os homens de até 24 anos foram 12,8% das vítimas, ou seja, 18 pessoas. Porém, homens na faixa etária imediatamente superior, de 25 a 29 anos, lideraram o ranking sinistro, com 20 óbitos (14,2%). Os riscos não se limitam à batidas, mas também aparecem em atropelamentos, quedas, engavetamentos e tantos tipos que não são especificamente catalogados pelos dados, sendo encaixados em “outros”.
Ao longo de 2022, houve 68.983 acidentes nas estradas, ruas e avenidas que passam por BH, com 141 mortes. Os dados coletados não indicam onde ocorreram 62.863 deles. Entre os que teve a localização identificada nos registros, a maioria ocorreu nas estradas federais, um total de 2.959, com 30 mortes. As ruas e avenidas municipais vêm na segunda posição, com 226 acidentes e uma morte. Quanto ao tipo dos veículos envolvidos, os carros de passeio são os principais, estando em todas as categorias analisadas pela Serpro, na tabela do Registro Nacional.
O estado de saúde do jovem que bateu no poste não foi divulgado pelo HPS e a Polícia Civil de Minas Gerais fez a perícia oficial, coletando vestígios que vão auxiliar na investigação. Na manhã de ontem, um reboque foi até o local para retirar o carro da avenida e levar ao pátio credenciado. A PCMG esclareceu que o homem não foi conduzido à delegacia de plantão para ser ouvido, já que precisou de atendimento médico.