Jornal Estado de Minas

CASO LAGOINHA

Presa por manter crianças em cativeiro disse que estava indo ao médico

Terezinha Pereira dos Santos, de 53 anos, presa nesta terça-feira (18/4) na Avenida Amazonas, no Centro de BH, informou que estava indo para o médico quando foi abordada pela polícia. Em depoimento na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), ela só informou a suposta consulta e, depois, permaneceu calada.





Segundo o delegado responsável pelo caso, Diego Lopes, as crianças encontradas com ela hoje são suas netas biológicas, filhas da mulher presa no último dia 22. "Elas estão abrigadas no Conselho Tutelar, são filhas biológicas da suspeita presa anteriormente. As circunstâncias para ela estar com as crianças ainda estão em apuração. Uma equipe da PC está levantando tudo o que aconteceu nesse período em que a primeira investigada foi presa até a prisão da segunda mulher hoje", complementa. 

Terezinha foi interrogada assim que chegou na delegacia, mas "utilizou o direito de permanecer em silêncio". A única fala dela foi para contestar as acusações, dizendo que não cometeu crimes e que as crianças encontradas no apartamento da Lagoinha "vieram sozinhas para BH". 
 

PCMG está realizando buscas há quase um mês e uma operação estava em curso (foto: Ramon Lisboa/ EM/ D.A Press)
A Polícia Civil está realizando buscas há quase um mês e uma operação estava em curso. Uma das estratégias foi bloquear os pagamentos de auxílios que ela recebia em contas bancárias. “Conseguimos identificar algumas situações referentes a pagamentos que ela recebia e as instituições financeiras conseguiram bloquear alguns deles. Hoje, possivelmente, ela estava tentando obter algo para se sustentar”, explica o delegado.





 

“A Polícia Civil acredita que este tenha sido o motivo da saída dela, já que ainda não tínhamos informações precisas sobre a localização e, hoje, por ter aparecido na rua, com ajuda da sociedade e atuação da Polícia Militar, foi feita sua captura”. 

Defesa alega problemas mentais

O Estado de Minas teve acesso aos áudios da filha mais velha de Terezinha, afirmando que a mãe tem problemas mentais e toma remédios controlados. "Ela nunca quis que eu falasse, mas minha mãe tem problema sério de cabeça, já foi internada no Raul Soares, ficou um ano", disse a mulher ao advogado de Terezinha. 

Apesar da alegação, nenhum laudo médico foi apresentado à polícia para comprovar tal condição. Conforme o representante legal, os documentos serão entregue à Justiça.