O aumento de 33,3% no preço da passagem de ônibus em Belo Horizonte, a partir de domingo (23/4), deixou os usuários do transporte público revoltados com a situação. O valor vai saltar de R$ 4,50 para R$ 6, segundo informado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
"É um absurdo (o reajuste). Os ônibus estão todos lotados, além de atrasar demais. Compromete muito do meu dinheiro, eu acabo tirando da minha faxina", lamentou a diarista Edvania Rodrigues, de 45 anos.
Edvania pega quatro ônibus para ir e voltar do trabalho todo dia. No total, ela gasta por volta de R$ 18. Com o aumento, que passará a vigorar neste domingo, o custo diário vai saltar para R$ 24.
O sentimento de indignação também foi compartilhado pela aposentada Maria Beatriz Sterling de Oliveira, de 68 anos, que apontou que, apesar de não pagar passagem, gratuidade garantida por Lei Federal a quem tem 65 anos ou mais, "acha um absurdo, um horror o aumento da passagem".
O reajuste no custo do transporte público impacta na vida de boa parte da população da capital. A estudante de Direito Ana Luiza Neiva é uma das que se mostrou impressionada com o valor e afirmou que a diferença sairá da sua bolsa.
"Eu sou estagiária, e o que recebo já é muito pouco. A gente já tira os nove reais, ida e volta, e vai influenciar demais no final do mês. Eu retiro do meu salário para a condução", se queixou a estudante.
Já a empresária e apostentada Tereza Simões, de 64 anos, se mostrou favorável ao aumento, mas achou o valor exorbitante. "Eu sou favorável desde que melhorem os ônibus. Aí é muito, eu acho que teria que ser no máximo R$ 5. Os ônibus estão muito demorados. Mesmo no horário de pico, ele demora em média trinta minutos para passar."
Os comerciantes também demonstram preocupação sobre como o aumento vai impactar no translado dos funcionários de suas residências até o local de trabalho.
"A passagem de R$ 4,50 para R$ 6 é R$ 1,50 a mais por viagem. Soma isso no final do mês, quanto vai dar? Por funcionário! Tem gente que mora onde não tem ônibus direto e tem que pagar duas passagens", reclamou a comerciante Conceição Deltrudes, de 62 anos.