Desde que os atentados e ameaças a escolas tiveram início, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) implantou um novo sistema de segurança, que envolve o setor de inteligência. Toda e qualquer ameaça é averiguada. São muitos os rebates falsos, mas um e outro são reais.
Como o caso em que de um estudante que fez ameaças, em viva voz, numa escola da capital. Na manhã desta quinta-feira (20/4), foi cumprido um mandado de apreensão, expedido pela Vara de Infância e Juventude, de um adolescente de 13 anos. Também foram cumpridos dois mandados de buscas, em que foram recolhidas uma espada, usada por samurai, um computador e um celular, que serão periciados.
Segundo o delegado Eduardo Vieira, há uma semana a divisão dos Atos Infracionais recebeu a denúncia de que uma adolescente estaria em risco. “Logo detectamos que a ocorrência merecia uma maior atenção, pois a denúncia partira da escola. O adolescente teria dito, alardeado, que mataria duas professoras, uma colega, e também a sua mãe”.
Segundo ele, a direção da escola aponta que o aluno tem um comportamento escolar de indisciplina. “Ele verbalizou, diversas vezes, a colegas e mesmo a diretores da escola, o que poderia fazer, as ameaças.”
O adolescente será ouvido, como também deverá ser analisado psicologicamente. Um dos motivos que levaram os policiais a solicitar esse tipo de avaliação, a psicológica, se deve ao fato do adolescente mostrar, sempre, a sua habilidade com a espada. “Exibicionismo, o que é preocupante”, afirma o delegado Eduardo Vieira.
O policial informou ainda, que existia uma preocupação especial com relação à data desta quinta-feira, 20 de abril, por ser o dia em que aconteceu, nos EUA, o massacre de Columbine, e é também o dia do aniversário de Hitler. "A data pode servir de estímulo para atentados".
Outro caso
O delegado Eduardo Dutra conta que este não é o única caso observado pela Polícia Civil, nesse momento. “Existe uma outra situação, que não é tão alarmante como essa, mas que chamou a nossa atenção”, diz.
Segundo ele, é uma situação de risco, que requer atenção. Só que nesse caso, por ser uma situação considerada de pouco risco, foi enviada à escola, uma unidade para fazer uma ação social.
“Essa unidade faz palestras, enfatizando, por exemplo, que não se deve disseminar as fake news. É uma ação social”, afirma.
Projeto
A delegada Carolina Bechelane, do Departamento de Família, diz que nesse momento, o mais importante é promover a paz e a integração das famílias com as escolas.“Não podemos gerar gatilhos para a violência. Temos de promover a integração das famílias, os alunos e as escolas. Também a comunidade e a escola. É preciso gerar a tranquilidade. Isso é a preocupação nesse momento”, afirma ela.