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Mineiro preso por roubo tenta provar inocência: 'Falaram que foi um negro'

Rafael Minas de Souza foi preso em 3 de outubro de 2019, em Juiz de Fora, ganhou a liberdade dois dias depois e, desde então, responde a processo em liberdade


01/05/2023 21:39 - atualizado 02/05/2023 13:32

Rafael Minas de Souza, rapaz negro, em pé, na rua, em Juiz de Fora, usando camisa na cor bege.
''Caso não fosse minha mãe, eu estaria preso até hoje'', afirma Rafael Minas de Souza em entrevista à TV Alterosa, em Juiz de Fora (foto: TV Alterosa/Reprodução)
O jovem Rafael Minas de Souza tenta há pouco mais de três anos provar a inocência dele depois de ser preso em 3 de outubro de 2019, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, em Minas Gerais, acusado de roubar uma mulher no bairro Santa Luzia, na Zona Sul da cidade. À época, a vítima reconheceu o rapaz. Uma audiência de instrução do processo estava marcada para a última quinta-feira (27/4), mas foi reagendada para 11 de maio. 
 
Para a defesa, imagens de circuito interno de TV contrastam com a afirmação da vítima de que seu cliente seria o autor do crime. Mesmo assim, à época, no dia 14 daquele mês, a mulher voltou a reconhecer Rafael – desta vez presencialmente – na delegacia da Polícia Civil, no bairro Santa Terezinha, por meio de um vidro espelhado.
Conforme a acusação, o rapaz, portando um canivete, teria levado um aparelho celular, uma carteira contendo R$ 30 e documentos. Ele ficou dois dias preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no município. Desde então, ele responde o processo em liberdade e trava uma batalha na Justiça para comprovar que sequer estava naquele bairro no dia do crime.  

“Falaram que foi um negro” 

Em entrevista à TV Alterosa, Rafael diz que quer “apenas justiça”. “Caso não fosse minha mãe, eu estaria preso até hoje. Ela conseguiu reunir todas as provas e imagens das câmeras”. Nesse sentido, comprovantes de compras e pagamentos mostram que o jovem estaria em outro bairro, na região Central da cidade.
 
“Mas Deus sabe de tudo. Falaram que foi um negro. Mostraram minha foto para a vítima e não mostraram outras pessoas. (...). Muita gente que está presa é inocente. Hoje, eu acredito. Como erraram comigo, podem ter errado com outras pessoas”, completa. 
 
Também à reportagem, o advogado de defesa, Carlos Mattos, criticou a condução do caso. “O reconhecimento pela vítima, logo no início, já se deu de maneira errada, sendo feito por foto. Hoje, a gente tem todos os elementos probatórios favoráveis ao Rafael, com filmagens que mostram todo o caminho no dia que aconteceu o crime, provando que ele não é o autor”, afirma. 
 
A TV Alterosa entrou em contato com a Justiça e o Ministério Público, mas não houve retorno até a veiculação da reportagem. 




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