O delegado Rafael de Souza Horácio, acusado de matar o motorista de caminhão reboque Anderson Cândido de Melo, de 44 anos, no dia 26 de julho do ano passado, denuncia condições insalubres da Casa de Custódia da Polícia Civil de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Ele está detido no local desde o dia 30 de julho de 2022, quando se entregou à polícia.
Em entrevista ao Estado de Minas, o advogado do delegado Fernando Magalhães explicou que há um tempo Rafael precisou fazer um procedimento cirúrgico que necessitava de manutenção de curativos, como pós-operatório. No entanto, as condições sanitárias da Casa de Custódia não são adequadas para a permanência do delegado no local.
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“Nós pedimos diversas vezes para a juíza do caso que ele (delegado) pudesse se recuperar em casa. Mas a magistrada vem ignorando o direito ao tratamento. Nós também tentamos que o Estado custeasse o tratamento da infecção, o que também foi negado”, informou Fernando Magalhães.
Na próxima semana, o delegado terá outra audiência para decidir se ele poderá aguardar o julgamento do júri popular em liberdade.
Relembre o caso
No dia 26 de julho de 2022, o delegado Rafael de Souza Horácio matou o motorista de reboque Anderson Cândido de Melo, na avenida do Contorno, em Belo Horizonte, durante uma briga de trânsito. A discussão teria começado após o carro em que o delegado estava supostamente ser fechado pelo veículo da vítima.
O delegado então sacou a arma e atirou em direção ao caminhão, acertando a vítima no pescoço. Anderson chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital João XXIII, mas morreu pouco depois de dar entrada no atendimento. Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil.
Anderson era casado, tinha quatro filhos e um neto de cinco anos. Além de motorista, atuava como mecânico.
O delegado do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico da Polícia Civil (Denarc) já havia sido condenado por um crime parecido quando trabalhava na cidade de Alfenas, no Sul de Minas. Na ocasião, ele atirou e matou dois homens que estavam em um carro. Ele foi condenado a cumprir medidas cautelares. Segundo a investigação da época, as vítimas eram suspeitas de tráfico de drogas.