Famílias com macho, fêmea e filhotes podiam ser vistas próximas à Casa do Baile, da Igreja da Pampulha ou do Iate Tênis Clube, todos projetados pelo arquiteto. Mas já naquele ano a presença dos animais na lagoa havia se tornado um problema de saúde pública.
Em setembro de 2016, o garoto Thales Cruz morreu aos 10 anos vítima de febre maculosa. Ele havia visitado um parque na região durante atividade como integrante de um grupo de escoteiros, e a suspeita foi de que o garoto contraiu a doença no parque.
A prefeitura, então, iniciou processo de esterilização dos animais. As capivaras foram capturadas e operadas dentro de um contêiner instalado na região.
Após as cirurgias, foi feita aplicação de carrapaticidas e implantação de chip para identificação e monitoramento do animal. Houve ainda a instalação de placas de orientação na orla da lagoa sobre o carrapato-estrela, transmissor da doença.
A esterilização resultou em uma queda expressiva na população de capivaras da orla da lagoa, que tem cerca de 18 quilômetros de extensão. Em censo realizado em 2021, foi constatada a presença de 56 animais na área, número que caiu para 12 no ano passado.
"As capivaras são consideradas hospedeiros primários da bactéria causadora da febre maculosa. Para controlar esta população, foi necessário restringir a reprodução desses animais por meio de um trabalho iniciado em 2017, que contemplou animais presentes no município, mais especificamente na bacia da lagoa da Pampulha", disse a Prefeitura de Belo Horizonte, em nota.
A queda na população de capivaras na região, com a esterilização, ocorreu de forma natural, afirma o município. "Tendo em vista o trabalho de manejo e castração realizado, é natural que esta população diminua com o passar do tempo."
Além disso, "algumas capivaras morrem por idade, em disputas por território com outros animais da mesma espécie ou outras dinâmicas comuns da sua interação com a fauna existente no local", conclui a prefeitura.