Morreu, na noite desta segunda-feira (8/5), a mulher, de 45 anos, que sofreu parada cardiorrespiratória (PCR) durante um procedimento estético em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas. A clínica, que fica no centro da cidade, foi interditada no mesmo dia por não ter os alvarás definitivos e por estar, supostamente, realizando procedimentos invasivos sem a devida autorização.
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Nota do hospital:
“O Complexo de Saúde São João de Deus – CSSJD cumpre o doloroso papel de informar que a paciente I.D.N.S., que deu entrada nesta manhã na Sala Vermelha, após uma parada cardiorrespiratória, e estava no Centro de Tratamento Intensivo – CTI, veio à óbito, às 20h19 desta segunda-feira, 08 de maio.”
De acordo com o prontuário, a paciente chegou com sangramentos em pequenos furos na região do abdômen.
Perícia
A perícia da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou trabalho de praxe na clínica que fica na rua São Paulo. No local, foram apreendidos equipamentos usados em procedimentos invasivos, por exemplo, na realização de lipoaspiração.
A responsável pela clínica, a biomédica Lorena Marcondes foi levada para a delegacia onde prestou depoimento. Ela e a enfermeira eventual foram presas suspeitas de homicídio com eventual dolo. Ambas foram levadas para o presídio Floramar onde permanecem.
Os advogados da biomédica ainda não se manifestaram.
Interdição
Após o ocorrido, a clínica foi interditada pela Vigilância Sanitária. “De acordo com o material apreendido, ela não estava realizando procedimentos que ela tinha autorização. Ela tinha autorização para fazer procedimentos minimamente invasivos, aplicação de botox, alguns procedimentos estéticos”, explica a coordenadora do órgão Erika Camargos.
Durante a perícia, segundo Erika, foram apreendidos cama, campo cirúrgico, o que não está descrito na documentação. Esses equipamentos são utilizados, por exemplo, para lipoaspiração, o qual, supostamente, a paciente foi submetida.
Essa não é a primeira vez que a clínica é interditada. No ano passado, ela iniciou as atividades sem a devida autorização da Vigilância Sanitária.
“Quando recebemos essa primeira denúncia, na inspeção ela foi interditada por não estar em conformidade com a legislação. Depois ela conseguiu regularizar”, explica Erika. Ela, então, foi autorizada a funcionar sem o alvará definitivo com acompanhamento do órgão.
Agora, ela só poderá retomar as atividades após a emissão do alvará deferido e com as atividades compatíveis com aquilo que ela declara fazer.
A paciente
Um familiar informou que, neste momento, eles não irão se manifestar. Entretanto, antecipou que as providências necessárias serão adotadas e que o marido da paciente está responsável pelas questões jurídicas.
Ela teria sido submetida a uma lipoaspiração e pagado cerca de R$ 12 mil pelo procedimento.
Até a liberação desta matéria, a família ainda aguardava a liberação do corpo. Ainda não havia informações sobre o velório que deverá ocorrer em Djalma Dutra, comunidade rural de Divinópolis.
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*Amanda Quintiliano especial para o EM