Dois integrantes da torcida organizada Máfia Azul foram condenados pelo 1º Tribunal do Júri, no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11/5), por tentativas de homicídio e pela morte de um homem depois do ataque a um ônibus da linha 6350 do Move, com torcedores atleticanos, em novembro de 2021.
Condenado a 61 anos e oito meses de reclusão em regime inicialmente fechado, Gustavo Luiz da Silva recebeu sentença de 19 anos pelo crime de homicídio e mais cinco anos e quatro meses para cada uma das oito tentativas de assassinato.
O outro réu, Walker Marcelino Gouveia Lopes, foi sentenciado a 56 anos e quatro meses de reclusão. Parte da condenação, 19 anos, refere-se ao assassinato. O restante aplica-se a sete tentativas de homicídio.
Segundo a assessoria do fórum, Gustavo e Walker, mesmo condenados, ficarão em liberdade provisória, com monitoração eletrônica por tornozeleira, enquanto aguardam recurso impetrado por suas defesas. Desde segunda-feira (9/5) em julgamento, o tribunal ouviu 19 testemunhas.
Relembre o caso
Em 21 de novembro de 2021, integrantes da Máfia Azul interceptaram o ônibus no Anel Rodoviário, na altura do bairro Novo Indústria, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O veículo transportava passageiros comuns e torcedores do Atlético que voltavam do Mineirão, da partida contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro.
O coletivo passava pelo Anel quando homens ligados à Máfia Azul, torcida organizada do Cruzeiro, forçaram a parada do veículo. Pedras, rojões e bombas do tipo coquetel molotov foram arremessados, segundo a polícia. O fogo causado pelos artefatos gerou ferimentos em passageiros. Um deles, Mateus de Freitas Ferreira, integrante da Galoucura, maior organizada do Atlético, morreu oito dias depois.
O grupo fugiu de carro, mas a blazer branca, que levava os suspeitos, acabou interceptada por militares do 41° Batalhão da Polícia Militar.