Até esta sexta-feira (12/5), 3.596 casos de dengue já haviam sido confirmados em Belo Horizonte. Além disso, ainda há 14.065 casos da doença notificados com exames de confirmação pendentes. Outros 8.774 foram descartados. Os dados são do boletim da dengue, divulgado semanalmente pela Secretaria Municipal de Saúde.
Os números representam um aumento de 13,83% dos casos confirmados em uma semana. Quando comparamos os dados com os do mesmo período do ano passado, o crescimento é de 752,13%.
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Chikungunya e Zika
Em 2023, 1.729 casos de Chikungunya foram confirmados em residentes de Belo Horizonte, sendo 674 casos autóctones, ou seja, pessoas contaminadas na capital; 151 casos importados e 904 casos de local com origem indefinida. Além disso, há 1.349 notificados pendentes de resultados.
Trinta e quatro casos de zika foram notificados em BH em 2023, sendo que 23 foram descartados, e 11 seguem pendentes de resultado.
O que são arboviroses?
Jordana Coelho dos Reis, professora do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que as arboviroses são um grupo de vírus diferentes, transmitidos por artrópodes ou mosquitos, como a dengue, malária, zika e chikungunya.
A especialista explica que as arboviroses causam doenças associadas ao sangue. No caso da dengue, a infecção diminui a produção de plaquetas dos indivíduos, causando edemas no corpo.
“O que a gente acredita que está acontecendo é que, antes da pandemia da COVID-19, tivemos um melhor controle da proliferação dos vetores das arboviroses. Nunca foi o ideal, mas a gente tinha um controle marginal pelas campanhas que sempre aconteciam. Durante a pandemia, essas campanhas sumiram, e, por isso, não existe mais o estímulo para que a população faça o controle dos focos”, diz.
Em relação ao possível motivo pelo aumento da procura de internações intensivas de crianças, a professora afirma que os pequenos possuem diferentes respostas imunes, o que pode explicar os casos graves. Mas, além disso, a população adulta já passou por alguns ciclos endêmicos da dengue, por exemplo, e por isso há a possibilidade de ter acontecido uma imunização desse grupo, criando espaço para que o vírus use a população pediátrica para crescer.
“Não temos como saber antes se a criança possui, ou não, predisposição para casos mais graves das doenças. Por isso, a prevenção é importante. O controle do saneamento básico é importante para que as pessoas evitem novos focos de proliferação dos vetores das arboviroses”, explica.
Como se proteger contra arboviroses:
- Retirar os pratinhos dos vasos de plantas;
- Acondicionar o lixo em saco plástico e mantê-lo em lixeira tampada até o dia e horário de recolhimento pelo Serviço de Limpeza Urbana;
- Manter a caixa d’água vedada, sem deixar frestas, mesmo que muito pequenas;
- Realizar a limpeza das calhas e remover folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento da água;
- Entregar os pneus ao Serviço de Limpeza Urbana ou mantê-los em local coberto;
- Tratar a piscina com cloro e limpar uma vez por semana;
- Manter o quintal sempre limpo e livre de qualquer material que possa acumular o mínimo de água e se tornar foco do Aedes aegypti;
- Usar repelentes que possuam como composto a icaridina, componente que repele o mosquito vetor de maneira mais eficaz;
- Manter berços e camas de crianças cobertos por telas.
Casos confirmados de dengue por regional de Belo Horizonte:
- Barreiro: 307
- Centro Sul: 210
- Leste: 374
- Nordeste: 591
- Noroeste: 429
- Norte: 550
- Oeste: 314
- Pampulha: 311
- Venda Nova: 416
- Ignorado: 94