Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em 24 de abril o juiz Gustavo César Sant'ana aceitou a denúncia e todos os citados tornaram-se réus, mas respondem por crimes diferentes. O processo está na fase de instrução e tramita em segredo de justiça.
Terezinha, a falsa avó, foi denunciada por abandono de incapaz, apropriação indébita, cárcere privado, extorsão e tortura. Enquanto sua filha, Lalesca, responde por abandono de incapaz e cárcere privado. Já Kátia, mãe de todas as crianças, inclusive o menino que morreu no início do ano, foi denunciada por tortura.
E Diego Pinheiro, filho de Terezinha, foi denunciado por tortura e cárcere privado, mas morreu no último sábado (13/5). De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ele foi encontrado na enfermaria da penitenciária Bicas II ainda com sinais vitais e socorrido para uma Unidade de Pronto Atendimento do município, porém não resistiu.
Todas as mulheres estavam presas no Presídio de Vespasiano, mas Terezinha e Lalesca foram transferidas para o presídio de Timóteo, a cerca de 200km de BH, no início do mês.
Relembre o caso
A descoberta de duas crianças abandonadas no bairro Lagoinha, na Região Noroeste de Belo Horizonte, no dia 21 de fevereiro, desencadeou a investigação de crimes de maus-tratos, trabalho infantil, situação análoga à escravidão e tortura envolvendo duas famílias.
Os crimes teriam ocorrido na capital e em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana.
Emanuel, de 4 anos, teria morrido por causa das agressões e desnutrição, enquanto outros dois meninos, de 6 e 9 anos, foram encontrados trancados em uma casa no bairro Lagoinha, em Belo Horizonte, na terça-feira de carnaval.
Suspeita de torturar as crianças e obrigá-las a realizar trabalhos forçados, Terezinha se apresentava como avó dos meninos.