Instalada na área externa do Palácio da Liberdade, uma obra feita de aço pelo artista plástico Giovani Fantauzzi inaugurou ontem o Jardim das Esculturas, projeto do Executivo mineiro, realizado por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Fundação Clóvis Salgado (FCS). O artista foi contemplado pelo edital “Escultura Arte em Aço”, idealizado pela siderúrgica Gerdau para comemorar seus 120 anos. Fantauzzi e a empresa doaram a peça para o governo do estado.
Com duas toneladas de aço especial cilíndrico, a escultura exigiu três meses para ser erguida e une beleza à matemática, com referências ao estado de Minas Gerais. “Tudo é matematicamente calculado”, conta Fantauzzi.
A base, explica, é a sequência de Fibonacci – ordem de números inteiros, que parte, normalmente, de zero e um no qual cada número seguinte corresponde à soma dos dois algarismos anteriores e que pode ser vista em vários fenômenos da natureza. As formas, que incluem dois triângulos e um losango, falam de Minas, conta o escultor. “Quando surgiu o edital, fiz um desenho pensando no estado. O primeiro triângulo, de baixo, representa Minas no Império. O de cima representa o estado agora. E o losango é o da bandeira do Brasil”, explicou.
A chegada da escultura quebra um jejum de várias décadas na incorporação de novas obras ao acervo do Palácio da Liberdade. Durante a cerimônia de inauguração, o secretário de Turismo e Cultura de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, enfatizou a integração do espaço com o restante do Circuito Cultural Praça da Liberdade: "O Palácio está se transformando, seja nos vários encontros que nós temos, seja nas suas exposições mensais, nas feiras ao ar livre e sobretudo, historicamente. Há seis meses esses portões (estão) abertos à população transformando os jardins do Palácio numa continuação da Praça da Liberdade, como se pensou quando ele foi feito no início do século passado. " Segundo Leônidas, o Palácio da Liberdade tem cerca de 40 obras de artes em seu acervo a serem exibidas.
Para Wendel Gomes, diretor-executivo da Gerdau, é grande a expectativa para que essas obras possam ser vistas pelo público: "Tomara que a gente consiga colocar essas instalações logo para rodar e para as pessoas verem esse acervo tão rico que a gente tem aí."
O secretário destacou o papel do turismo cultural em Minas Gerais e diz serem esperados editais para a área no valor de R$ 970 milhões para este ano: R$ 145 milhões da Lei de incentivo à Cultura (já aberto), R$ 397 milhões da Lei Paulo Gustavo e mais R$ 400 milhões da lei Aldir Blanc estão dentro dos incentivos citados por Leônidas.
*Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho