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Estado de Minas SANTUÁRIO

Centenas de peregrinos saem a pé de Passos em romaria para rezar em Cássia

Romeiros percorrem a pé, de madrugada, 42 km até chegar ao Santuário de Santa Rita de Cássia, em Cássia; são 10h de caminhada


19/05/2023 17:03 - atualizado 19/05/2023 17:25
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O amanhecer em Cássia para a missa das 6h no Santuário de Santa Rita
O amanhecer em Cássia para a missa das 6h no Santuário de Santa Rita (foto: acervo pessoal)
]Um grupo de 400 devotos de Santa Rita de Cássia, a Santa das Causas Impossíveis, enfrenta o frio, a escuridão da noite e a poeira para ir em romaria a pé até Cássia, neste domingo (21/05), rumo ao Santuário de Santa Rita de Cássia, no dia da padroeira da cidade.

O grupo se concentrará na Capelinha Centenária de Nossa Senhora da Penha, às 21h de domingo (21/05), e percorrerá 42 quilômetros até Cássia. A previsão de chegada na cidade é às 6h para a Missa dos Romeiros, onde gente da região inteira se encontra para a primeira de uma série de celebrações no decorrer do dia.

Os peregrinos contam com suporte de três ônibus e a Prefeitura de Passos oferece ambulância e água. “Eu participo da peregrinação desde 2019. Antes, só via o povo chegar em Cássia, expressando cansaço do corpo, mas uma felicidade em seus olhos que nunca havia visto. Hoje vivo essa experiência. Uma caminhada que às vezes a dor é uma companheira, mas a fé e a gratidão a tudo que Santa Rita faz compensa cada dor”, conta padre Sandro Henrique, pároco da Matriz Bom Jesus dos Passos, em Passos, que ajuda na organização, foi pároco em Cássia de agosto de 2005 a setembro de 2016, e hoje é um dos 400 peregrinos.

O grupo segue pela saída do Pau D’Alho, pega a linha do Bananal até Itaú de Minas, que fica no meio do caminho. Numa propriedade rural no município de Passos, utilizam banheiros e recebem uma mesa farta dos fazendeiros para repor as energias e rezam na Capelinha de São João.

Fica distante mais ou menos 15 quilômetros de Passos. Depois prosseguem por estrada de terra até Itaú de Minas, onde, de madrugada, um grupo de voluntários oferece frutas, café, leite, pães, bolos e sucos. E cada peregrino se incumbe de levar seus pertences e algum alimento complementar. Eles só voltam para o asfalto a 7 quilômetros da chegada.

Não tem custo algum para o peregrino. Quem quiser, espontaneamente, colaborar, colabora; quem não quer, não colabora. Das colaborações recebidas são pagos os ônibus, o restante vai para doação ao santuário. Para voltar para a cidade de origem, o preço da passagem é R$ 35 e os ônibus regressam às 9h, logo após a missa.

A romaria começou há 14 anos com Lúcia Azevedo, a Tia Lúcia, e sua sobrinha Antonieta e uma amiga. No ano seguinte foram mais 5 pessoas e agigantou-se com a inauguração do Santuário de Santa Rita de Cássia, em 22 de maio do ano passado, o maior dedicado à santa no mundo.

No ano passado, na inauguração, foram 372 pessoas. A saída é sempre precedida da reza do terço. No meio do caminho os fiéis também rezam para pedir bênçãos ou agradecer alguma graça alcançada por intermédio de Santa Rita.

Tia Lúcia conta que a ideia surgiu dela e da sobrinha Antonieta. Nunca fez promessa e diz que a iniciativa foi pela fé que tem em Santa Rita. Do alto de seus 69 anos, Tia Lucia é pura empolgação com a chegada da romaria no domingo. “A gente pensa que não vai dar conta, mas dá, Santa Rita nos dá forças”, diz a religiosa.

Preparo físico é importante para a contadora Maria Cecília de Lima, que participa da romaria há 10 anos. “Eu caminho 7 quilômetros todos os dias. O conselho é iniciar caminhadas bem antes para ir treinando. Beber bastante água e estar bem agasalhado é importante também”, dá a dica. Ela se diz empolgada com a romaria. “É uma bênção de Deus e de Santa Rita”, conta.


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