A situação do saneamento básico dos moradores de comunidades periféricas é preocupante em todo o território nacional. Para pensar soluções para este problema, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) realiza o 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental a partir de domingo (21/5), em BH. Muitas características da estrutura da favela, por exemplo, dificultam as ações de saneamento integrado e tratamento de esgoto nas comunidades.
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“A maior consequência é um prejuízo de vida para as pessoas, mas isso também afeta o meio ambiente, contamina o lençol freático, afeta córregos”, conta o presidente da Abes. Além da contaminação das reservas subterrâneas, “gatos de água”, criados por alguns moradores para desviar irregularmente recursos hídricos por pura necessidade, também podem gerar vazamentos e alterar o fluxo de pressão no encanamento, causando retorno de esgoto e mistura entre água potável e esgoto. Outra dificuldade é que os recursos hídricos são apenas parte de um conjunto chamado “saneamento integrado”.
A disponibilidade de água, tratamento e escoamento devido ao esgoto não são os únicos fatores que contribuem para uma melhor higiene e qualidade de vida da população. Solucionar os seus problemas só é possível se pensado o conjunto do “saneamento integrado": abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Isto porque a não contaminação de um elemento depende do cuidado dos outros. Além disso, o saneamento depende de outras políticas públicas como a distribuição de renda.
Para desenvolver melhores estratégias para lidar com esses quatro pilares, o 32º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental começa neste fim de semana, no Expominas, em BH. As inscrições para acompanhar os mais de 50 painéis e participar de debates com especialistas são realizadas pelo site.