Um incêndio destruiu parte de uma residência no bairro São Camilo, em Pouso Alegre, no Sul de Minas, na tarde dessa quarta-feira (24/5). Um quarto, a cozinha e a lavanderia foram totalmente consumidos pelas chamas.
O fogo começou por volta das 15h; o filho mais novo de Rafaela Ribeiro Raimundo, de 3 anos, pegou um isqueiro enquanto ela atendia um carteiro e colocou fogo em um colchão. Rapidamente as chamas se espalharam.
“Foi tudo muito rápido. Com prazo de segundos ele pegou o isqueiro e acabou colocando fogo na coberta do quarto, que foi onde começou o incêndio. De primeira tentei apagar o fogo, mas não consegui, então peguei meu filho e sai pra rua”, contou a mulher em entrevista ao Terra do Mandu.
“Minha preocupação na hora era o botijão de gás, de explodir. A casa é muito antiga, o forro é PVC, plástico, que foi construída há anos atrás. Então o fogo queimou o forro, o telhado veio abaixo e nisso subiu aquela fumaça preta”, completou.
O Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a viatura demorou para chegar na residência, uma vez que o batalhão fica distante. Com isso, vizinhos começaram a ajudar a família como puderam. “O pessoal foi jogando água para não aumentar mais o fogo”, contou.
Muita coisa foi perdida pela família, que agora busca ajuda para poder reconstruir a residência. Além de Rafaela e o filho mais novo, ainda moram na casa o pai dela e outros dois filhos, uma menina de 9 e um menino de 6 anos.
“As principais coisas que a gente mais usa no dia a dia eu perdi, que foi a geladeira, o armário, fogão, a mesa, a máquina, o tanquinho que eu tinha derreteu. O quarto das crianças que é pequeno tinha um guarda-roupa e uma triliche, então o fogo começou na cama debaixo, foi passando de cama a cama, pegou no teto e foi indo, acabou queimando tudo”, falou a mãe.
Situação complicada
Para Rafaela, a situação é ainda mais complicada, pois ela está grávida do quarto filho, uma menina, e todo o enxoval que estava sendo preparado foi perdido. Ela não trabalha, pois cuida das outras crianças dentro de casa.
“Eu não trabalho, eu fico em casa cuidando das crianças, tenho três e estou grávida de 5 meses. O pouco que coisa que eu comecei a comprar agora para a neném, e o pouco que eu ganhei, perdi tudo no incêndio. Então as crianças ficaram só com a roupa do corpo”, enfatiza a mãe.
Em lágrimas, a mulher contou as dificuldades que sabe que vai enfrentar nas próximas semanas, mas diz que a fé vai ajudá-la a reconstruir sua casa, que teve a estrutura totalmente destruída.
“É difícil, porque as crianças perderam tudo, coisas que a gente demora para conquistar, para conseguir. Aí você vê, do nada, os filhos ficarem só com a roupa do corpo, é complicado. Eu tenho fé que eu vou conseguir”, disse ela, emocionada.
A assistência social do município esteve na residência na manhã desta quinta-feira (25/5) e prestará apoio neste momento difícil que a família está passando. Um pix também foi divulgado para que a família consiga comprar tijolos, cimento e outros materiais que serão necessários para a reconstrução.
“De urgência é mais a roupa das crianças, a fiação da casa toda queimada; estamos sem água, sem luz, porque danificou o encanamento, os fios. Então agora é ir ajeitando; a doação que vier pra gente será bem vinda, de bom coração”, encerrou.
Quem puder ajudar a família pode enviar pelo PIX celular – 3599293437 – nome Rafaela Ribeiro Raimundo – conta Mercado Pago. O endereço da família é Rua José Ferreira Funchal, 21, bairro São Camilo.
Prefeitura emite nota
Em nota divulgada nesta quinta-feira, a prefeitura de Pouso Alegre informou que equipes seguem prestando apoio à família e que a Defesa Civil está avaliando a estrutura do imóvel e das casas vizinhas.
Ainda na nota, a administração afirmou que a equipe do CRAS está oferendo refeições e providenciando roupas para a família. Por fim, lamentou o ocorrido. Veja a nota na íntegra:
“A Prefeitura de Pouso Alegre informa que assim que informada sobre incêndio ocorrido uma residência no Bairro São Camilo direcionou equipes para o local que seguem prestando apoio à família.
A Defesa Civil está no local avaliando a estrutura do imóvel e das casas vizinhas. A equipe técnica do CRAS também visitou a família, realizou as devidas orientações, disponibilizou o benefício eventual, está oferendo alimentação e providenciando roupas.
Em tempo, a Prefeitura lamenta o ocorrido e segue em acompanhamento e articulação entre a rede socioassistencial e intersetorial para manter o suporte prestando todo auxílio para superação da vulnerabilidade em que se encontra no momento”.
Iago Almeida / Especial ao EM