
Os principais pontos de food trucks em BH são no Bairro Castelo (praça Manoel de Barros, às quartas), Bairro Cidade Nova (praça Guimarães Rosa, às quintas) e Bairro Gutierrez (praça Leonardo Gutierrez, às sextas). A cada dia, de 18h às 23h, cerca de 25 carros participam dos encontros.



Já no Bairro Cidade Nova, Aline Mayr, aproveita todas as quintas-feiras para passar um tempo em família e rever amigos. Ela começou a frequentar o encontro no ano passado. "Eu, meu marido e meus dois filhos sempre vamos, porque sai da rotina e aproveitamos para reunir pessoas que gostamos", diz.

Na sexta-feira, uma praça no Bairro Gutierrez atrai a clientela que gosta dos food trucks. Tiago Lisboa, que lidera o Du Cheff, começou a levar seu pequeno veículo ao local há cinco meses. Há 9 anos com o truck, ele vende pão com pernil, espetinho e macarrão na chapa. Notou melhora do movimento após a pandemia, mas diz que nem se compara ao que era quando começou no ramo.
CRISE NO SETOR
Certa decepção já havia sido lamentada por empresários do ramo em anos anteriores. Em 2016, eles já pontuavam sobre crise econômica e concorrência.
Os food trucks chegaram ao Brasil no final de 2014, influenciados por um estilo vindo dos Estados Unidos. Na capital mineira, o comércio ainda era proibido pelo poder público, mas logo o movimento se expandiu por vários pontos de BH. O alto fluxo de veículos foi tal que, em 2016, o Estado de Minas já acompanhava a situação de crise e concorrência levando prejuízos aos empresários.
Um dos que desistiram foi Darmon Peixoto, que vendeu o veículo e aproveitou o dinheiro para quitar dívidas e conter gastos. "Paguei quase R$ 70 mil no carro financiado, em 2018. Acabei vendendo em 2022 porque o movimento caiu, estava com alto custo para manter. Então, vendi para concluir o último ano de faculdade", relembra.
DIVERGÊNCIAS COM A PREFEITURA
Vários proprietários de food trucks alegam que a Prefeitura de Belo Horizonte não abre licitação para conceder autorizações de trabalho há pelo menos sete anos. Sem as licenças de funcionamento, os carros estão sujeitos a multas que podem chegar a R$ 3 mil.
Questionada, a PBH informou que a atividade faz parte do programa Jornada Produtiva, cujo edital mais recente foi publicado em 2019 com 250 vagas disponíveis, das quais 96 licenças estão válidas atualmente.
Há divergências nas alegações, pois os donos de food trucks afirmam que as licenças liberadas em 2019 não incluem o comércio de comida em veículos sobre rodas.
ENDEREÇOS

Quarta-feira: Praça Manoel de Barros, no Bairro Castelo, Regional Pampulha
Quinta-feira: Praça Guimarães Rosa, no Bairro Cidade Nova, Regional Nordeste
Sexta-feira: Praça Leonardo Gutierrez, no Bairro Gutierrez, Regional Oeste