Um homem de 24 anos, detido na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi encontrado morto dentro de uma cela, na manhã do último sábado (27/5). Ele estava com uma corda artesanal, conhecida como “tereza”, amarrada ao pescoço.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte. Um boletim de ocorrência foi registrado, e o procedimento interno foi aberto para apurar administrativamente o fato. “A perícia da Polícia Civil também esteve no local e ficará responsável pelas investigações criminais. O corpo foi liberado para o IML”, informou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
As circunstâncias da morte ainda estão sendo apuradas. No entanto, o Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais recebeu denúncias de que a penitenciária virou palco de rivalidade entre duas facções, sendo uma de São Paulo e outra do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao Estado de Minas, Wladimir Dantas, vice-presidente do Sindipen-MG, informou que, conforme as informações recebidas pela entidade, as desavenças ocorridas entre as facções fora da unidade prisional, agora, estão sendo transferidas para dentro do local.
“O que está chegando para conhecimento do sindicato é que essa situação já tem um tempo. Mas de um tempo para cá está piorando, com casos de mortes e brigas recorrentes. Essa situação traz risco até para os policiais, que já trabalham em um ambiente insalubre, com falta de efetivo e aparato”, disse.
Outras mortes
A reportagem procurou a Sejusp para saber quantos episódios como de sábado aconteceram nos últimos anos, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta. No entanto, no dia 28 de abril, a pasta afirmou que um outro detento foi baleado dentro da mesma unidade prisional.
Na ocasião, conforme informações do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), um homem foi baleado na perna, por outro preso. Ele foi socorrido e encaminhado para uma unidade de saúde. Um procedimento administrativo foi aberto pela direção para apurar o fato.
O Depen ressaltou que o fato não se tratava de uma rebelião ou motim, mas sim de uma ocorrência “isolada”.