A Justiça determinou que o processo envolvendo o assassinato a facadas do motorista de aplicativo Ronieli dos Santos Rodrigues, de 35 anos, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fique em sigilo.
A decisão — proferida em audiência de custódia nesse domingo (28/5) — acontece após o suspeito, identificado como Arthur Leonardo Guimarães Moreira Loffi, de 24 anos, alegar que vem sofrendo “pressão”, o que incluiria incentivos ao suicídio.
No despacho, a juíza Fernanda Chaves Carreira Machado justifica que o crime gerou “grande repercussão na mídia” — em especial na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde houve “intenso clamor público”.
“Assim, para assegurar a aplicação da lei penal, a integridade do acusado e a própria colheita da prova isenta de vícios, mácula e interferências, defiro o requerimento e decreto o sigilo do feito para que tenha acesso restrito”, determina a magistrada.
Procurada pelo Estado de Minas, a defesa de Arthur Leonardo não havia se manifestado até o fechamento desta reportagem.
Relembre o caso
O motorista de aplicativo Ronieli dos Santos foi morto a facadas na terça-feira passada (23/5) durante uma viagem no bairro Jardim Verona, em Ribeirão das Neves, na Grande BH.
Inicialmente, a Polícia Militar (PM) foi acionada para ocorrência de capotamento. Testemunhas informaram aos policiais que o carro desceu a rua desgovernado e capotou em um lote.
O motorista foi achado morto ao volante, e a Polícia Civil identificou duas facadas no pescoço da vítima e uma no tórax.
O passageiro, Arthur Leonardo, suspeito do crime, foi detido por moradores até a chegada da polícia. Ele estava com as roupas sujas de sangue e o aparelho celular da vítima e disse à PM que esfaqueou o motorista depois de ser assediado.
Ainda segundo essa versão, eles teriam entrado em luta corporal. No entanto, conforme a polícia, o depoimento de Arthur não condiz com a cena do crime.
Preso pela segunda vez
Na sexta-feira (26/5), o Estado de Minas mostrou que Arthur Leonardo Guimarães Moreira Loffi foi preso pela segunda vez após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) expedir novo mandado de prisão.
No dia do crime, ele foi preso em flagrante. Porém, na quinta-feira (25/5), a Justiça determinou que Loffi fosse solto — o que contrariou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de conversão da prisão em flagrante para preventiva.
Então, o MPMG “imediatamente reiterou o pedido de prisão” assim que soube da decisão, afirma nota do órgão enviada à imprensa.
O TJMG acatou a orientação do Ministério Público e pontuou que a magistrada em plantão, juíza Karen Castro dos Montes, que determinou a soltura, “tomou a decisão com base nas informações disponíveis nos autos naquele momento”.