Uma pesquisa da pós-graduação em engenharia e transporte pela UFMG correlacionou, por meio de diversos algoritmos e aprendizagem de máquina, as características dos acidentes de trânsito em território nacional entre os anos de 2017 e 2020 com as causas deles. O estudo buscou entender, também, qual era o algoritmo mais apto para interpretar os dados.
O pesquisador Ramon Batista de Araújo, autor da dissertação defendida em 2022, esteve presente na 153ª edição do podcast ‘Aqui tem ciência’ da Rádio UFMG Educativa, divulgada nesta segunda-feira (29/5) na plataforma Spotify. No áudio, ele enfatiza o papel de estudos para a comunidade: “Não são só números, são vidas perdidas. Então era um problema de saúde pública, a academia tem de ajudar a solucionar esse problema”.
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Os dados da Polícia Rodoviária Federal e do Certificado de Registro do Veículo foram adquiridos por meio do Portal da Transparência do Governo Federal. Com eles, Ramom ensinou aos algoritmos Apriori, Eclat, FP-Growth e FP-Max a interpretar a causa de acidentes em relação às características dele, como estado da pista, clima, motorista envolvido e veículo. É o que Ramon explica ao programa: "Então eu falo para o algoritmo que essas características aqui dia claro, horário de pico, feriado, pista molhada resultam em um acidente pela falta de atenção do condutor resultam em um acidente por desgaste da pista, derrapagem."
Para o pesquisador, o FP-Max foi o que apresentou maior precisão ao relacionar os dados. O estudo está disponível no portal da UFMG.
Novos padrões
Com os resultados, novas tendências foram reveladas, diferentes das que Ramom esperava. A título de exemplo, se um condutor do sexo masculino dirige um veículo em um dia que não seja feriado, fora do horário de pico, em uma reta, o acidente provavelmente é causado por não guardar distância de segurança. Quando um condutor do sexo masculino dirige em um dia que não seja feriado, fora do horário de pico, em uma reta, com céu claro, em plena luz do dia, o acidente tem mais chances de ser causado pela falta de atenção na condução.
*Estagiário com supervisão do subeditor Diogo Finelli