Uma área de dez hectares, equivalente a 100 mil metros quadrados ou dez campos de futebol, na Serra de São José corria o risco de ser vendida para uma mineradora e empresas interessadas em construir resorts e hotéis no local. A área liga as cidades de Santa Cruz de Minas e Tiradentes, na Região do Campo das Vertentes.
Diante da pressão popular contra o leilão, a Prefeitura de Tiradentes, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o Instituto Estadual de Florestas (IEF) entraram em um acordo para que não aconteça mais a venda da área. O acordo foi firmado na tarde desta quarta-feira (31/5), segundo o conforme o secretário de Governo da Prefeitura de Tiradentes, Rogério de Almeida.
O pregão já havia sido iniciado, na segunda-feira (22/5), com três lances de empresas interessadas, chegando ao valor de R$ 131.321,26. Os nomes delas não foram divulgados.
Mas, na terça-feira (23/5), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu por 30 dias a realização do leilão, que agora foi barrado definitivamente.
Mas, na terça-feira (23/5), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu por 30 dias a realização do leilão, que agora foi barrado definitivamente.
Os principais atrativos para turistas, pesquisadores, praticantes de esportes e até para os moradores da região são as cachoeiras do Bom Despacho e do Mangue. Além da paisagem natural e propícia para esportes radicais, o terreno tem vestígios arqueológicos e muita biodiversidade, sendo a Serra considerada como o “berço das libélulas”.
Abraço simbólico em Tiradentes
Mesmo com a decisão que impede o leilão da área, aproveitando a ocasião do feriado de Corpus Christi, no sábado (8/6), quando a cidade recebe muitos turistas, o Fórum dos Trabalhadores da Cultura de Tiradentes vai promover um cortejo para o abraço simbólico, com o objetivo de pedir agora o tombamento federal da Serra de São José.
De acordo com Aline Garcia, integrante do Fórum, é preciso, ainda, reforçar a proteção da serra, caminhar com o tombamento e fazer o plano de manejo. "Essa é a luta que segue”, diz.
De acordo com Aline Garcia, integrante do Fórum, é preciso, ainda, reforçar a proteção da serra, caminhar com o tombamento e fazer o plano de manejo. "Essa é a luta que segue”, diz.
A concentração do cortejo será às 10h, em frente à Igreja da Matriz. Às 11h, está programada a saída em direção à praça principal da cidade, no Largo das Forras. Os manifestantes podem levar cartazes, faixas e estandartes.
Haverá apresentações artísticas com a Banda Ramalho, o Congado Nossa Senhora do Rosário e Escrava Anastácia e o Batucada das Minas. Além disso, o evento recebe a oficina de teatro Entre & Vista, o teatro Casa de Boneco (Companhia de Inventos), o grupo Teatro da Pedra e os Pernas de Pau Lucas e Benvinda.