Jornal Estado de Minas

REGIÃO METROPOLITANA

Travestis podem ter extorquido R$ 300 mil de clientes, incluindo casados

Um grupo de travestis está na mira da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Contagem, na Grande BH, sob suspeita de extorquir clientes — entre eles, homens casados, informou a instituição policial em coletiva à imprensa nesta quarta-feira (31/5).





Uma profissional do sexo de 25 anos, que já tem passagens pela polícia por extorsão e ameaça, foi presa. Outra travesti, de 31, também identificada, está foragida, segundo informações do delegado Gustavo Barletta. 
 
Geralmente, os potenciais clientes eram abordados quando trafegavam pela avenida Tereza Cristina, na altura do bairro Água Branca. Um homem alegou que recebeu a oferta do serviço sexual, mas não chegou a contratar o programa, sendo ameaçado e roubado por uma das profissionais do sexo. 
 
 
“As travestis disseram que haviam tirado algumas fotos dele no local e, com uma máquina de cartão, passaram várias compras, que ultrapassam R$ 20 mil”, explica Barletta, acrescentando que o rapaz não ofereceu resistência porque foi ameaçado com a possibilidade de exposição das fotos nas redes sociais, o que poderia trazer constrangimentos, já que o homem é casado. Além dele, as autoridades contabilizam ao menos 13 vítimas. 





“Acredito que o número está subnotificado, podendo haver mais vítimas que não identificamos porque elas não fizeram registro da ocorrência. O prejuízo ultrapassa R$ 160 mil, mas, pelos nossos cálculos e experiência, pode chegar a R$ 300 mil”, avalia o delegado da 2ª Delegacia Especializada em Investigação e Repressão ao Furto e Roubo, que é vinculada ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri). 
 
Barletta explica que o envolvimento de ao menos mais três travestis, além das duas já identificadas, é apurado no curso da investigação, sendo que o grupo tem agido sempre da mesma forma. 
 
“Ao fim do programa, elas exigiam o pagamento de um valor muito acima do combinado. Então, outras se aproximavam tirando fotos. Algumas vítimas, com medo de exposição, passavam a entregar o que tinham, como alianças, cordões de ouro e quantias em dinheiro, além de transferências via Pix. Elas também se apropriavam do celular e contratavam empréstimos por meio dos aplicativos de banco das vítimas”, finalizou o delegado.