
A operação Ghost Truck prendeu três pessoas em BH e outras duas em Engenheiro Navarro, no Norte de Minas. Entre os alvos, está o líder da organização, sua esposa e uma ex-gerente de banco, que teria trabalhado para facilitar as fraudes, tendo sido demitida após o início das investigações.
As investigações começaram há um ano e meio e, segundo o delegado Leandro Macedo, da 5ª Delegacia Especializada em Investigação a Furto e Roubo de Veículos Automotores (DEIFRVA), o esquema era complexo e bem dividido. "Tinha o núcleo de liderança, que coordenava todas as operações e criava a documentação falsa dos caminhões."
Outro 'setor' era responsável por cooptar os laranjas e, partir disso, “o núcleo contábil adulterava a documentação das empresas criadas, inclusive falseando seu capital, e os caminhões, que não existiam, eram transferidos para essas empresas. Então, o núcleo bancário operava, facilitando a obtenção do crédito, gerando enorme prejuízo aos bancos", explicou o delegado.
Ainda conforme a PCMG, os suspeitos criavam caminhões a partir de documentações forjadas com base em veículos que ainda estavam em montadoras, captavam laranjas para formação de empresas fantasmas e, ao falsificar o capital dessas empresas, adquiriam crédito com instituições financeiras apresentando os supostos veículos como garantia de financiamento.
Em seguida, o dinheiro então ocultado por esquemas de lavagem de dinheiro, com compra de imóveis ou de veículos legítimos. Ao todo, 22 laranjas foram identificados e 40 empresas fantasmas descobertas. Os laranjas são, em sua maioria, pessoas muito humildes e analfabetas, que moram no Norte do estado.
Além das prisões, foram apreendidos 14 veículos, uma moto aquática e outros 218 carros foram impedidos de serem utilizados pelos investigados.