Em solenidade realizada na sede da instituição, o presidente da Fundação Sara, Álvaro Gaspar Costa, ressaltou a importância da imprensa no apoio às ações da entidade. O Estado de Minas contribuiu com a Fundação Sara, divulgando uma das primeiras reportagens sobre a sua criação.
Publicada em 23 de fevereiro de 1999, a reportagem do EM teve o título “Quando a morte dá sentido à vida”. “O surgimento da entidade é marcado por um fato trágico e seu único objetivo é a solidariedade. Esta é a condição da Fundação Sara Albuquerque Costa, criada em Montes Claros par dar assistência a crianças portadoras de câncer”, diz o texto.
A publicação lembra que, no segundo semestre de 1997, foi realizada a campanha para levantar recursos para o pagamento do transplante de medula da menina Sara Albuquerque Costa, vítima de leucemia. A campanha mobilizou centenas de pessoas. Mas Sara não resistiu e morreu em um hospital em São Paulo, em 22 de novembro de 1997.
Os pais da menina, Álvaro Gaspar Costa e Marlene Albuquerque Costa, decidiram investir o dinheiro arrecadado na campanha para criar a fundação de apoio a crianças e adolescentes com câncer. A entidade foi instituída em 1998.
Hoje, 25 anos depois, a Fundação Sara atende diretamente cerca de 300 crianças e adolescentes em sua sede em Montes Claros e outros 150 diagnosticados com câncer em Belo Horizonte, onde criou uma filial em 2010. A entidade filantrópica acolhe as crianças e adolescentes que precisam deixar as cidades de origem para serem submetidos ao tratamento de câncer, oferecendo a eles hospedagem, alimentação, medicamento e deslocamentos para quimioterapia e outros procedimentos médico-hospitalares.
Além disso, presta auxílio às crianças e adolescentes com câncer, arcando com os custos de exames especializados como ressonâncias e “pet scan” nos casos de falta de cobertura por parte do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com sua direção, a Fundaçao Sara já conta com 11 programas assistenciais, sendo mantidos com a contribuição de voluntários.
O presidente da Fundação Sara, Álvaro Gaspar Costa, reclama da falta de hospitais especializados para o tratamento de crianças e adolescentes com câncer no Brasil. Ele salienta que no pais, somente São Paulo tem uma boa estrutura de centros especializados na área, sendo um deles o Grupo de Apoio ao Adolescente e Criança com Câncer (GRAACC), vinculado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Os demais estados, incluindo Minas Gerais, enfrentam a falta de unidades voltadas especificamente para o tratamento do câncer de crianças e adolescentes, o que interfere na diminuição dos índices de cura da doença. “Temos que nos indignar com esta situação”, afirmou Álvaro Costa.
Busca de recursos para construção de hospital
Ele disse que a Fundação Sara aguarda a captação de recursos para levar adiante a construção do seu hospital/dia em Montes Claros, cujo custo está orçado em R$ 8 milhões. A unidade visa oferecer estrutura de quimioterapia (quimioteca), consultas médicas e outros serviços como hospital/dia, sem internações.
Atualmente, a construção está na fase de fundação. A expectativa da Fundação Sara, informa Álvaro Gaspar, é conseguir mais recursos de doações e convênios para agilizar a edificação, que terá 1.200 metros quadrados de área construída.