Domingo de sol na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. Ciclovia e calçada da orla lotadas de moradores e turistas se exercitando ou passando para uma visita a projetos arquitetônicos de Oscar Niemeyer como a Casa do Baile, o Iate Tênis Clube e a Igreja de São Francisco de Assis.
Mas nem sempre foi assim. A morte de um garoto de dez anos, Thales Cruz, em setembro de 2016, afastou frequentadores da região. A causa foi febre maculosa —o menino tinha visitado um parque às margens da lagoa e a suspeita é que tenha contraído lá a doença.
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Naquela época, o local concentrava um grande número de capivaras, animais consideradas hospedeiros da bactéria causadora da febre maculosa.
Para tentar resolver o problema, a prefeitura iniciou programa para restringir a reprodução dos animais na lagoa.
Com isso, a partir de 2017 as capivaras passaram a ser esterilizados, microchipados e submetidos a um censo. A contagem mostrou que havia 56 delas na bacia. No ano passado, em novo levantamento, foram registrados 12 animais na região.
Além da esterilização, conforme a prefeitura, outros fatores contribuíram naturalmente para a redução das capivaras na Pampulha, como mortes por idade e disputas por território com outros animais.
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Ainda segundo a gestão municipal, outro fator que ajudou nessa redução foi o fato de a lagoa estar isolada em um meio urbano, sem comunicação com outras áreas nas quais poderiam viver mais animais da espécie.
"Uma vez que a lagoa é um ambiente relativamente isolado pela urbanização ao redor, outras capivaras não chegaram ao local e a população se manteve estável, sem reprodução e diminuindo naturalmente, como era esperado", diz a prefeitura.
Atualmente, não há registro de febre maculosa na cidade.
"As medidas tomadas em relação à Lagoa da Pampulha foram se complementando, mas o principal é sempre a conscientização da população de que em determinados locais pode haver o risco da doença", afirma o diretor de zoonoses da prefeitura, Eduardo Viana Gusmão.