O Palácio da Liberdade, inaugurado no final do século 19 e que foi sede do governo de Minas até 2010, enfrenta uma série de problemas, como infiltrações no telhado. O edifício histórico, situado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, passará por obras de restauração no valor de R$ 10 milhões, com recursos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que serão transferidos para a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult). O repasse foi confirmado ontem pelo procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior. Ele informou que na próxima semana, será assinado o termo de cooperação entre o MPMG o governo do estado, oficializando a liberação das verbas para viabilizar as obras de recuperação do prédio, que deverão iniciadas imediatamente.
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Projeto de restauração do Palácio da Liberdade é entregue ao MPMGR$ 5,9 mi para restaurar o Palácio da LiberdadePalácio da Liberdade será restaurado este anoPalácio da Liberdade: obras de restauração serão acompanhadas pelo públicoPraça da Estação, em BH, será reformada ao custo de R$ 8 milhõesO projeto de restauração do Palácio da Liberdade foi elaborado pela Secretaria de Estado de Cultura e entregue ao Ministério Público Estadual em março último, prevendo serviços em diversas partes do imóvel, abrangendo o telhado, calhas, piso e eliminações de infiltrações. A proposta foi analisada e aprovada por uma equipe do Ministério Público Estadual.
O procurador-geral de Justiça destaca que as últimas obras de intervenção no Palácio da Liberdade aconteceram há quase duas décadas e que a liberação dos recursos para os serviços de reforma e conservação do edifício histórico tem um grande significado para a instituição que chefia.
“O Palácio da Liberdade é um dos maiores símbolos de Minas Gerais. (O patrocínio da restauração do prédio) é uma forma de devolver a Minas recursos que tinham sido desviados. Para nós, isso tem um simbolismo enorme porque a população vai entender um pouco das ações do Ministério Público; que trabalhamos todos os dias para impedir que crimes e danos ocorram, mas eles ocorrendo têm uma resposta (por parte do MPMG)”, declarou.
O prédio histórico tem sofrido com o desgaste do tempo, sendo que recebeu os últimos serviços de revitalização entre 2004 e 2006. Na entrega do projeto de restauração ao MPMG, o secretário de estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, lembrou que as chuvas fizeram elevar a necessidade da restauração. “As chuvas, sejam elas do ano passado, ou deste ano, trouxeram avarias muito significativas no telhado do Palácio da Liberdade, e surgiram infiltrações, que acabam deteriorando o nosso patrimônio e nesse caso muitas vezes se torna irreversível. Restaurar o palácio nesse momento vem da necessidade de recuperar os danos sofridos pelo tempo e mais recentemente causados pelas chuvas”, afirmou Leônidas.
O Palácio está aberto para visitações e continuará. A restauração será aberta ao público e todos poderão acompanhá-la. Essa ação faz parte de um projeto de educação patrimonial para a restauração, chamado Ateliê de Restauração Aberto do Palácio da Liberdade. Entre as ações previstas, a mais urgente é a reforma do telhado. “O telhado será feito mais rapidamente, porque nós precisamos resolver (as infiltrações), e é uma obra civil. Agora, a restauração naturalmente vai gastar um tempo maior”, afirmou Leônidas. Segundo ele, as obras devem durar um ano.
O interior da edificação e as laterais também serão repintadas, já que possuem uma textura marmorizada que imita a pedra, diferentemente da fachada que é feita propriamente de mármore. Obras artísticas, como quadros e esculturas, além de presentes dados por outros governos, também serão restaurados.
De acordo com o projeto elaborado pela Secult, os jardins do Palácio também serão revitalizados, embora estejam bem conservados. A ideia é recuperar a composição original do local que possui uma tenda de eventos há mais de 20 anos. Os serviços também deverão contemplar a partir de iluminação da antiga sede do governo de minas.