Depois de operação deflagrada nesta semana pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o presidente da Santa Casa de Juiz de Fora, Renato Vilella Loures, foi afastado do cargo. As investigações começaram a partir de denúncias de favorecimentos pessoais e desvio de recursos públicos e privados da área de saúde.
A operação No Mercy aponta desvios milionários de recursos públicos e/ou particulares, o que motivou a decisão do juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Juiz de Fora, Daniel Réche da Mota, em atendimento ao pedido do MP. O ex secretário-geral do hospital, o padre José Leles da Silva, agora assume a direção geral da instituição.
Leia Mais
Incêndio devasta galpão de ferragens e veículos na PampulhaSábado começa chuvoso em BH, mas nuvens devem se dissipar no fim de semanaPesquisa aponta sotaque mineiro como mais charmoso do BrasilDesvio de R$ 630 mil de verbas da saúde de Betim é investigadoChega a Confins foragida da justiça extraditada de PortugalMP vai apurar situação de segurança de barragem de urânio no Sul de MinasMinas registra 54 resgates de trabalho infantil em três mesesOs mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e no Rio de Janeiro. A operação também estabeleceu afastamento de cargos e empregos, sequestro de imóveis e indisponibilidade de bens que somam mais de R$ 8,6 milhões.
- Leia : MG: ex-servidor público condeando por manter laboratório de drogas é preso
A contratação da filha e do genro do agora ex-presidente da Santa Casa, segundo a investigação, chega ao valor de R$ 1.447.805, o que, atualizado por correção monetária e juros legais até março desse ano, alcança R$ 3.177.650,68.
A instituição de saúde teria firmado ainda contratos com a empresa de arquitetura desde 2012, por um valor mensal de R$ 7 mil, que seriam direcionados a "suporte de eventuais projetos" e "acompanhamento das obras já finalizadas", o que, para o MP, não se justifica.
De acordo com o texto da ação cautelar, Renato Loures e Moema Falci Loures confirmaram que "a contratação genérica é vigente e a empresa Imaginal continua a ser remunerada em 2023", mas o órgão considera temerária a manutenção da ativação do contrato para suporte de eventuais projetos se observada a condição econômica da Santa Casa.
Já a arquiteta Nathália Pereira Reis Pinto seria funcionária da empresa, e ganhava, entre o fim de 2013 até meados de 2019, um salário mínimo, antes de ser contratada no hospital para receber sete salários mínimos - ela agora está afastada do cargo, cumprindo solicitação do MP.
Em nota, o hospital informou que colabora com as investigações e que "isso seguirá sendo feito, mantendo a postura de transparência que sempre foi adotada pelo hospital e sua diretoria."