Agindo no bloqueio de bens, sequestro de três imóveis e cinco veículos das lideranças do tráfico de drogas, a Polícia Civil de Minas Gerais vem estrangulando sistematicamente uma das principais quadrilhas do tráfico de drogas interestadual que domina o Aglomerado da Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
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O subinspetor Washington Miranda, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), conta que a organização controla outras pequenas facções do aglomerado como a Organização Terrorista do Cafezal (OTC), Primeiro Comando Binário e Gangue da Favelinha.
"Os líderes negociam por meio de prepostos a compra de drogas em Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira com a Argentina e o Paraguai. Lá, têm encontro com os fornecedores, fazem as negociações, mas se afastam na parte mais perigosa da transação, que é o transporte das cargas de entorpecentes para o aglomerado em Belo Horizonte", afirma.
Quadrilha mapeada
"Nesses lugares, eles se passavam por empresários, vivendo vidas sem levantar suspeitas e achando que a distância da comunidade poderia dificultar sua ligação com o tráfico de drogas", disse o subinspetor Miranda.
A diversificação de drogas que a organização consegue trazer das fronteiras brasileiras para Belo Horizonte também leva a crer que o tráfico já suplanta os limites do Aglomerado da Serra. "A quadrilha trafica de tudo: maconha, cocaína, skank (tipo de maconha modificada em laboratório), LSD, extasy", exemplifica o investigador Mateus, que também participa do esforço para desarticular a quadrilha.
A ação dos policiais no aglomerado também interrompeu a ação de criminosos e trouxe momentos de paz para a comunidade, segundo o delegado Rodrigo Bustamente. "Enquanto estávamos lá, uma quadrilha de festa junina ocorria, e os pais com seus filhos em roupinhas típicas nos agradeceram e disseram que nossa presença, além de bem-vinda, deveria ser constante, mostrando que o cidadão está do lado da lei", disse o policial do Deoesp-MG.