Jornal Estado de Minas

PROBLEMA ANTIGO

Moradores reclamam de mau cheiro e sujeira em trecho da Lagoa da Pampulha

A Lagoa da Pampulha, um dos principais pontos turísticos e símbolo da capital mineira, enfrenta sérios problemas de poluição e mau cheiro, segundo denúncias feitas por moradores locais. A lagoa, que faz parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade, tem sido alvo de reclamações há anos, com destaque para a área próxima ao Parque Ecológico, onde o acúmulo de lixo e o assoreamento são evidentes.





Os relatos dos moradores ressaltam a preocupação com a degradação ambiental que afeta um patrimônio de grande importância histórica e cultural para a cidade. O trabalhador autônomo, Gustavo Moreira, de 45 anos, lamenta a situação da Lagoa que foi sua vizinha por anos e destaca a falta de eficiência na limpeza. “Aqui, perto do mirante do bem-te-vi, acumula bastante lixo. Tem uma medida paliativa de limpeza, que não é feita todos os dias, mas, constantemente, a sujeira se acumula de novo. Tem vez que eu não consigo vir por causa do cheiro”, afirma.
Para ele, a situação é resultado da falta de interesse das autoridades em limpar a lagoa, que deveria ser mais preservada pela importância que tem para a cidade. “Tem anos que falam que vão limpar, que tem verba mas na hora do vamo ver nada é feito. Sempre fica desse jeito, sujeira acumulada, é triste de ver. Um cartão postal tão bonito desse esquecido né?”, finaliza.

Algumas espécies de pássaros podem ser vistas convivendo com a sujeira do local. (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press.Brasil.MG.Belo Horizonte)


Já Virgilio Matos de Andrade e Silva, de 87 anos, morador da Pampulha há 44 anos, destaca as promessas de limpeza que nunca viu serem cumpridas. “A situação é a mesma de sempre: poluída e prometida de despoluir, coisa que eu nunca vi acontecer. Não é suficiente. Está poluída, causa mau cheiro e é prejudicial”, conta.




A falta de consciência da população também é mencionada como um fator agravante. Virgilio aponta o descarte irresponsável de lixo e o lançamento de dejetos feito na lagoa como alguns dos motivos para a situação da lagoa. “Quando eu tinha 15 anos, navegava aqui. Por que piorou? Os poluentes de Contagem e Belo Horizonte são lançados aqui na lagoa. Pessoas jogam sofá, televisão, fralda, lixo, garrafa”, ressalta.

Na foto, Virgílio Matos de Andrade e Silva, 87 anos, morador da Pampulha há 44 anos, aposentado, que lamenta a situação da Lagoa que há décadas faz parte da sua vida. (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press.Brasil.MG.Belo Horizonte)


A também antiga moradora da região Lúcia de Fátima, de 69 anos, ressalta a beleza da lagoa, mas conta que sofre com o mau cheiro. “Acho a lagoa muito bonita, é um regalo. Esse patrimônio realmente é universal. Porém, tem dia que falo que eu moro no brejo por causa do fedor; a limpeza podia ser melhor”, brinca.

O que diz a Prefeitura de Belo Horizonte

Apesar dos relatos, a Prefeitura informou que a limpeza do local é feita diariamente e que a limpeza foi feita na tarde desta segunda-feira (19/6).





 

“A Subsecretaria Municipal de Zeladoria Urbana (Suzurb) informa que os resíduos do local citado estão sendo recolhidos nesta tarde. A limpeza inclui a retirada dos 

detritos que se acumulam às margens da Lagoa, vindos dos córregos que deságuam na Pampulha, mas também são resultado de ação humana. 


É importante ressaltar que, diariamente, é feita a limpeza do espelho d'água e a manutenção da orla com a retirada de 5 toneladas de lixo durante o período de

estiagem e de 10 toneladas no período chuvoso. Cabe ressaltar que esse é um serviço de natureza continuada.”

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata