Jornal Estado de Minas

INOVAÇÃO

Adolescentes de BH vencem campeonato mundial de robótica nos EUA

Uma equipe de jovens de Belo Horizonte ganhou um campeonato mundial de robótica, com premiação nos Estados Unidos. Os adolescentes têm entre 12 e 16 anos e fazem parte da escola de robótica e programação DHEL. Mais de mil estudantes de 15 países participaram da competição na qual os belo-horizontinos formavam a única equipe brasileira. 





De acordo com Sérgio Lana, um dos técnicos e fundadores da escola de robótica, a categoria em que os jovens competiram englobava a faixa etária de 9 a 16 anos. A instituição tenta o prêmio desde 2016, e alguns dos participantes da equipe já têm mais de 8 anos de experiência na premiação.
O torneio avalia robôs desenvolvidos pelos participantes considerando quatro aspectos: a pontuação do robô, construído pela equipe, durante partidas; o projeto de desenvolvimento do robô; a elaboração de um projeto de inovação relacionado ao tema da temporada, que na ocasião foi energia; e a qualidade do trabalho em equipe e seu impacto na comunidade. 

O projeto dos alunos de BH consiste num dispositivo para evitar a queima de aparelhos eletrônicos e elétricos por raios e descargas elétricas, evitando incêndios na rede elétrica e protegendo o aparelho a que estiver associado. O dispositivo também se destaca porque custaria apenas R$ 10 nas lojas e supermercados. 




 
Dispositivo para evitar a queima de aparelhos eletrônicos e elétricos por raios e descargas elétricas, evitando incêndios na rede elétrica e protegendo o aparelho a que estiver associado (foto: DHEL Escola de Robótica e Programação)

De acordo com a técnica da equipe e fundadora da DEHL, Débora Lana, 38 milhões de casas sofrem com o problema no Brasil. A ideia de desenvolver o projeto partiu da equipe de jovens de BH, que são instruídos por Débora. 

A jornada dos campeões

O processo, antes de chegar aos Estados Unidos, começa em uma etapa regional, e os vencedores seguem para a fase nacional, chegando, por último, ao nível internacional. Desde 2013, o Serviço Social da Indústria (SESI) é o operador oficial no Brasil dos torneios de robótica ligados à FIRST (ONG americana idealizadora do programa)%u200B. Em Minas, anualmente acontece o Torneio de Robótica FLL (FIRST LEGO League) com equipes de escolas SESI, particulares e públicas.%u200B
Como a premiação internacional acontece em Massachusetts,a linguagem também foi um desafio encontrado pelos adolescentes ao longo da jornada.  “Foi o maior desafio na última etapa”, diz Sérgio Lana. De acordo com o técnico, os alunos tinham de explicar o que foi feito em cada etapa, usando termos técnicos, e responder a perguntas dos jurados, tudo isso em inglês. “Eles (os alunos) tiveram de estudar muito o inglês nos últimos dois meses”, ele conta.

Além de uma medalha, os vencedores tiveram a oportunidade de conhecer o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a universidade de Harvard e outras instituições, que são referência mundial na criação e desenvolvimento de robôs. Quem organizou as visitas às universidades foi a escola de robótica, com o objetivo de tornar o sonho de estudar em instituições renomadas nos Estados Unidos mais palpável para os jovens.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata