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Estado de Minas CARRAPATO-ESTRELA

Febre maculosa: hospedeiros são encontrados em campus de universidade

Mesmo sem registros da doença na cidade, a presença do vetor causou preocupação e UFOP emite nota de esclarecimento sobre medidas preventivas


22/06/2023 14:23 - atualizado 22/06/2023 17:42
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Fachada da entrada do campus da UFOP
Alunos questionam presença de animais como cavalos e cachorros soltos no campus, por causa de febre maculosa (foto: Reprodução/ arquivo pessoal)
 
O carrapato-estrela, hospedeiro da bactéria que causa a febre maculosa, foi encontrado no campus Morro do Cruzeiro, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). A presença de animais, como cavalos e cachorros, tem preocupado os estudantes. A Administração Central da UFOP emitiu nota de esclarecimento sobre os procedimentos tomados para evitar os riscos de zoonoses na universidade.
 
O aluno do curso de ciências biológicas da UFOP, Renan Kaique, questiona a presença de cavalos soltos na universidade. O estudante afirma que o campus localizado no bairro Bauxita virou pasto para os animais e defende que as áreas urbanas são inapropriadas devido ao risco de surtos de doenças.
 
“Independentemente de ter carrapato-estrela no campus, não podemos aceitar cavalos soltos na universidade. Os donos devem levá-los para um lugar próprio para pastar”.
 
“Nem na Universidade Federal de Viçosa, que tem capivara rodando o campus, tem tanto carrapato-estrela”, compara o estudante de direito, Arthur Moreno.
 
A Escola de Direito, Turismo e Museologia (EDTM / UFOP), prédio onde o estudante cursa direito, é local de moradia de dois cães, conhecidos como Frida e Romeu. Os animais ganharam uma página no Instagram e a comunidade acadêmica acompanha as curiosidades vividas pela dupla dentro da universidade.

 
A página se pronunciou sobre a presença dos animais, que também têm papel no ciclo de vida do carrapato-estrela. “A preocupação da comunidade é válida, mas esses carrapatos não vão pegar na Frida e no Romeu porque eles estão com o antiparasitário em dia. Na verdade, os cachorros quando medicados servem como ferramenta de mortalidade do carrapato” explica.

UFOP se pronuncia

Em nota à comunidade, assinada pelo vice-reitor, Hermínio Nalini Júnior, a UFOP apresenta as medidas tomadas para evitar a proliferação do hospedeiro e esclarece que em Ouro Preto e Mariana, até o momento, não foram registradas quaisquer notificações ou diagnósticos de febre maculosa.
 
De acordo com a nota, a Administração Central da UFOP enviou ofício às prefeituras de Ouro Preto e Mariana relatando extrema preocupação em relação ao crescimento dos riscos relacionados à proliferação do carrapato-estrela nos campi e pede a retirada de animais nas áreas da instituição. A UFOP ressalta que as prefeituras são responsáveis pelo controle de zoonoses dentro dos municípios.
 
O órgão afirma ainda que solicitou uma intensificação das atividades de Vigilância Epidemiológica nos locais e esclarece que vem acompanhando sistematicamente a evolução do caso e levando ao conhecimento das autoridades sanitárias das cidades de Ouro Preto e Mariana.

 
A UFOP também afirma que segue ações de manutenção e manejo adequado da vegetação, por meio da poda de capim e gramados, que têm sido mantidos aparados rente ao solo, e da remoção de folhas secas caídas, gerando assim um ambiente menos favorável à proliferação do carrapato-estrela.

O que diz a prefeitura

Em resposta ao Estado de Minas, a Secretaria de Saúde de Ouro Preto afirma que nos últimos dez anos não há registros de febre maculosa na cidade e que, mesmo sem registros, o setor de Vigilância Epidemiológica desempenha um papel ativo na monitorização e controle das doenças transmitidas por animais no âmbito municipal. O Órgão municipal também afirma que foi enviado à Universidade um oficio no dia 19 de junho respondendo os questionamentos da UFOP.
 
A Secretaria de Saúde aponta que a Vigilância em Zoonoses e a Vigilância Epidemiológica atuam em estreita colaboração para manter uma vigilância constante sobre os agravos, com o intuito de adotar medidas preventivas e corretivas oportunamente.
 
No que diz respeito ao recolhimento dos cavalos deixados no campus localizado no bairro Bauxita, a Secretaria de Saúde diz que a atribuição da Unidade de Vigilância de Zoonoses se concentra principalmente no controle da população de animais que apresenta risco à saúde humana devido à transmissão de zoonoses.
 
Dessa forma, o órgão municipal considera que não há justificativa para o recebimento desses animais ou quaisquer equinos pela Vigilância em Zoonoses. No entanto, ressalta que caso haja suspeita de qualquer zoonose, a equipe da Unidade de Vigilância em Zoonoses está apta para realizar a avaliação do animal e tomar as medidas cabíveis.
 
Segundo a Prefeitura de Ouro Preto, as normativas do Código de Posturas do município orientam sobre a apreensão de animais vivos de médio e grande portes. Na legislação é dito que as apreensões são de responsabilidade dos departamentos Ourotran e Guarda Civil Municipal.
 
Além disso, ressalta que como não há na cidade histórica, até o momento, indícios de zoonoses atribuídas a cavalos, a Vigilância em Zoonoses entende que a atribuição do recolhimento dos animais é de competência do departamento responsável por vias públicas e trânsito de Ouro Preto.


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