Jornal Estado de Minas

SUPOSTO CANIBAL

Justiça holandesa mantém prisão de brasileiro detido com carne em mala

Begoleã Fernandes, mineiro preso no Aeroporto Internacional de Lisboa, em Portugal, com peças de carne dentro de sua mala e suspeito de homicídio na Holanda, teve a pena prorrogada por mais de 90 dias. O homem, de 26 anos, está preso em Amsterdã desde o dia 27 de fevereiro, quando foi parado no Serviço de Fronteiras e Estrangeiros (SEF), enquanto embarcava para um voo com destino a Belo Horizonte. 




Conforme apurado pelo “G1”, nesta quinta-feira (22/6) Begoleã passou um por uma audiência pró-forma. Nesse tipo de audiência o promotor atualiza o andamento da investigação e explica ao juiz se é necessário que o suspeito continue detido. As sessões acontecem a cada três meses. 

A carne apreendida com o brasileiro foi enviada para análise. Hoje, a polícia holandesa concluiu que o produto era de origem bovina. Desde o início das investigações, o mineiro afirmou às autoridades que se tratava de carne humana e serviria como prova de seu relato que o homem que ele matou, seria um canibal. 

Begoleã está sendo investigado pelo homicídio do também brasileiro, Alan Lopes, de 22 anos. Ele foi esfaqueado com mais de 100 facadas, sendo que os golpes foram desferidos, principalmente, na cabeça, pescoço e tórax. O crime aconteceu no apartamento de Alan, em Amsterdã.




 
A reportagem do Estado de Minas procurou o Itamaraty para um posicionamento sobre o caso, mas até o momento não obteve resposta.  

Confissão

Em áudio enviado a um amigo, Begoleã confessa ter matado Alan e alega legítima defesa. Sem provas, ele acusa a vítima, que trabalhava em um açougue, de ser canibal. "Ele pegou um marroquino, decepou o cara dentro do açougue, mano, igual a um porco. Ele me mostrou o vídeo. Ele me chamou lá na casa dele para eu comer um pedaço da carne do cara. Aí, na hora que ele tentou me pegar, mano, eu tava com uma faca. Eu fui reagir e passei ele, tá ligado?", diz o suspeito no áudio.

Na época do crime, a TV Globo conversou com as famílias dos dois brasileiros. Segundo os pais de Begoleã, o filho enviou também a eles uma mensagem confessando o crime, e eles então o orientaram a fugir para o Brasil.