A apresentação da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, neste domingo (25/6), atraiu um grande número de pessoas para a Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul de BH. Nem o sol entre muitas nuvens e o vento frio desanimaram o público que foi assistir a apresentação. Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 6200 pessoas estiveram presentes.
O concerto gratuito integra a série “Filarmônica na Praça” e foi feito em comemoração aos 15 anos da Orquestra e aos 60 anos da construtora Patrimar. A apresentação, sob regência do maestro José Soares - regente associado da Filarmônica - contou com um repertório diverso, mesclando grandes clássicos de compositores eruditos, como Tchaikovsky e Bizet, com música brasileira de Chiquinha Gonzaga e Milton Nascimento.
O regente agradeceu a presença do público e destacou a importância da música clássica como instrumento de educação e cultura para a população. A grande quantidade de crianças na plateia também chamou a atenção do maestro.
“A gente está muito feliz de fazer esse concerto aqui nesse lugar maravilhoso, a Praça do Papa. Sempre faz parte da missão da Filarmônica levar nossa música de orquestra por esse grande estado de Minas Gerais. É muito bom para um lugar que une várias coisas: um horizonte maravilhoso dessa cidade, um marco onde começou Belo Horizonte e um repertório que, certamente, uniu todas as pessoas que estavam aqui, levando um momento de muita emoção e alegria”, afirmou Soares.
Primeira experiência
A Praça do Papa ficou tomada por famílias, casais de jovens e idosos. Muitos se sentaram no gramado para apreciar o espetáculo.
A advogada Raquel Segall, de 40 anos, levou o filho Pedro, de 4, para assistir a uma apresentação da Filarmônica pela primeira vez. “Meus pais são assinantes e acompanhamos a orquestra há muitos anos, além disso moro próximo à Sala Minas Gerais. Então, temos essa vivência com a música e é uma experiência que quero passar para o meu filho”, afirma.
Raquel conta que ao chegar à praça, o menino ficou curioso com o palco e perguntou sobre a “banda” que iria se apresentar. “Acho que ele vai gostar.” Ela ressalta que iniciativas como a “Filarmônica na Praça” ajudam a desenvolver a cultura e precisam permanecer. Mãe e filho estavam acompanhados do casal de advogados Larissa Drummond, de 35 anos, e Alexandre Nogueira, de 42, que também levaram a filha Letícia, de 3, para ver a orquestra pela primeira vez.
“Gostamos muito de música. Eu toco, tenho banda, mas a Filarmônica é a primeira vez”, explica Nogueira. Ele diz que a filha também já ficou bastante interessada vendo os músicos ensaiarem, antes do início da apresentação. “A ideia é, sempre que pudermos, trazer, para que ela tenha contato com a boa música.”
O advogado é outro que defende a continuidade de eventos como esse. “Geralmente, quando se fala em música erudita, temos uma noção de algo que é tocado em concertos para um público mais elitizado. Quando você traz isso para a população dá a oportunidade para que outras pessoas tenham contato com esse tipo de música.
O casal Guilherme Alves, 39 anos, advogado, e a artista Luiza Miranda, de 38, também levou os filhos Rafael, de 2, e Letícia, de 4 anos para o evento. A avó das crianças, a administradora Suzana Martins, de 63, completava o grupo. Luiza disse que não esperava que os filhos conseguissem ficar atentos durante toda a apresentação, mas acreditava que eles iriam gostar da experiência inédita. “Eles gostam de eventos desse tipo, com música.”
Programa em família
Apesar de muitas crianças estarem assistindo a um concerto da Orquestra Filarmônica pela primeira vez, este não é o caso de Nathan Terto. Apesar de ter apenas 5 anos, ele é experiente em eventos do tipo. O menino é filho do violinista Arthur Vieira Terto e foi prestigiar a apresentação do pai.
“Desde bebê ele assiste às apresentações. Sempre que posso, levo ele aos Concertos para Juventude, na Sala Minas Gerais. Estamos acostumando ele desde pequenininho com essa cultura que é tão importante’, explica a fonoaudióloga Sulamita Terto, de 38 anos, mãe de Nathan.
Ela destaca que eventos da orquestra em espaços públicos são uma ótima oportunidade para reunir a família e acabam deixando um clima mais informal e agradável. “As pessoas muitas vezes passam pela Sala Minas Gerais e ficam intimidadas, sem saber se vão gostar da experiência ou não. “Aqui as apresentações são muito mais ‘palatáveis’ aos ouvidos, são músicas mais conhecidas.”
A psicóloga Antonieta Bizzotto, de 64 anos, e a filha, a gerente de comunicação, Ana Bizzotto, de 39, também esperavam pela apresentação. Elas estavam acompanhadas da aposentada, Maria Lúcia Melo, de 77, tia de Ana. A jovem, que mora em São Paulo, está grávida de quatro meses do primeiro filho e ia encontrar várias amigas no local.
As três afirmam que é um programa ótimo para se fazer em família e para encontrar os amigos. “Estou morando longe há quase 15 anos. Então, sempre que tem oportunidade de um evento, a gente vem’, disse Ana.
Já Antonieta lembrou ainda a música de Milton Nascimento, que faz parte do repertório da orquestra, e se declarou grande fã do cantor. Ela acabou de passar por uma cirurgia e disse que, apesar do frio, não poderia perder a apresentação.