As crianças do Instituto de Oncologia da Santa Casa BH, na Região Centro-Sul da capital mineira, receberam, na manhã desta quinta-feira (29/6), uma visita especial: a da cadelinha Bela, que integra o trabalho de terapia assistida em diversos hospitais de Belo Horizonte, e que tem atualmente mais de 50 mil seguidores nas redes sociais.
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“Gosto da Bela e ela estava cheirosa. Tenho uma saia, mas não é dessa cor e minha mãe vai comprar um chapeuzinho igual o dela”, disse Lara.
Tainá Alves, mãe da menina, conta que a iniciativa ajuda no tratamento da filha. “É uma visão diferente que ela tem do hospital, anima a criança a vir, a gostar do ambiente. Muitas vezes, ela não quer vir e a gente fala - vai que o cachorrinho aparece de novo - aí, acaba que ela vem sem chorar”, conta.
Elaine da Silva, é mãe da Alice Alecrim, de 4, que está no hospital há um ano tratando também de um tumor renal. Como está cursando pedagogia, ela entende o valor da visita do cão às crianças.
“Como eles estão nesse espaço privado sem contato com muitos animais, tendo essa oportunidade com a Bela, um animal totalmente doméstico, é muito interessante. A Alice ama muito animais, mas nesse período de tratamento ela não está podendo ter contato, devido às restrições.”
“Então, hoje está sendo uma festa para ela. A autoestima da criança levanta quando ela tem esse tipo de contato”, completou.
A coisa que mais chamou a atenção das crianças foi a roupa de Bela. “Gostei do chapeuzinho e da sainha dela”, afirmou Alice, enquanto abraçava a cadela.
Psicóloga explica benefício
Juliana Amorim, psicóloga da oncologia pediátrica do Santa Casa BH, explica que a iniciativa tem um efeito muito positivo para os pequenos. “As crianças ficam mais alegres e isso faz toda diferença para o tratamento, falando neurologicamente. O benefício da alegria, da endorfina liberada, melhora a dor e o humor. Essa experiência, tecnicamente falando, faz toda diferença nos sentimentos e nas emoções das crianças”, destaca.
Estudos da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs) e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) revelam que a terapia assistida por cães pode trazer diversos benefícios para os pacientes, entre eles a liberação de hormônios ligados à felicidade e consequentemente a diminuição do estresse, melhorando a condição emocional e cognitiva dos envolvidos.
Estudos da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul (Fadergs) e da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) revelam que a terapia assistida por cães pode trazer diversos benefícios para os pacientes, entre eles a liberação de hormônios ligados à felicidade e consequentemente a diminuição do estresse, melhorando a condição emocional e cognitiva dos envolvidos.
Cão terapeuta Bela
Dono do cão e voluntário, Tiago Elvis conta que Bela chegou na clínica em que sua mulher trabalha como veterinária com a doença do carrapato e pesando 17kg. A esposa disse que a cachorra tinha só mais uma semana de vida. “A adotamos e, de imediato, percebemos que a Bela tinha esse carinho e cuidado, que era diferente dos outros cães. Então, decidimos levá-la nos hospitais”, relata.
Desde 2017, quando foi resgatada, Bela visita os hospitais da capital, mas, nesta quinta, foi sua primeira vez no Santa Casa BH. “A gente vê a Bela hoje ajudando na recuperação e salvando a vida de muitas pessoas. Isso para a gente não tem preço. Já houve casos de pacientes idosos, em cuidados paliativos, que retomaram os sentidos depois da visita”, revela Tiago.
Ele conta ainda que realiza um projeto que entrega presentes nos hospitais e que o tratamento com a cadela é totalmente diferente. “O paciente às vezes se sente incomodado com os presentes, mas, quando chegamos com a Bela, a alegria é imediata. De todo trabalho social que a gente realiza, o que dá mais satisfação de fazer é com a Bela”, elucida.
Tratamento diferenciado
A Bela recebe cuidados especiais para receber o abraço das crianças, ainda mais as que precisam de um tratamento diferenciado. “A gente parou no estacionamento mais próximo possível e passamos um lenço umedecido nas patas dela. Para vir para cá, ela toma um banho e escova o dente. A Bela é tem as vacinas em dia”, assegura o tutor.
Santa Casa BH agradece
Kezia Marques, gerente de Responsabilidade Social e Mobilização de Recursos, é responsável com as iniciativas que acontecem no Santa Casa BH e valoriza o trabalho dos voluntários.
“A quimioterapia é um tratamento invasivo, que traz incômodo para os pequenos. Então, ter um pouquinho de alegria nesse espaço já muda o dia delas, elas já colocam sorriso, interagem e conversam mais com a gente. Elas ficam mais dispostas a encarar o dia delas, que vai ser muito longo”, explica.
Como se voluntariar
Para quem deseja fazer um trabalho voluntário ou uma doação para a Santa Casa BH basta ligar nos números: (31) 3238-8805 / (31) 99723-8452 / (31) 3213-5727.
“A gente tem algumas restrições de dias e horários, mas, conversando com a gente, conseguimos encaixar sempre esse tipo de trabalho. E nossas portas estão sempre abertas para todo mundo que quer dividir uma alegria aqui com a Santa Casa”, destaca Kezia.