Passou a valer na manhã deste sábado (1º/7) o novo valor da tarifa do metrô de Belo Horizonte. Agora, a passagem do serviço é R$ 5,30, o que representa um aumento de 17,8% na tarifa.
Para o passageiro Ricardo Silvestre Santos, de 51 anos, o aumento do valor da tarifa vai compensar se a linha do metrô for expandida pela capital e chegar a outras cidades da Região Metropolitana.
“Eles falaram que o metrô vai chegar em Betim e é por isso que aumentaram. Tem que ver se vai chegar mesmo ou se é só mais um golpe para tomar mais dinheiro da gente.”
Segundo a contadora Tais Barbosa de Souza, de 31 anos, o aumento é injusto e não proporcional àquilo que é ofertado pelo serviço. “Não vi melhora nenhuma desde a privatização. Não vejo movimentação para aumentar a linha. Inclusive o carro estragou hoje na estação Gameleira. Tivemos que esperar alguém ir arrumar.”
O anúncio da mudança no valor da passagem foi feito pelo governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra), há uma semana.
Em nota, a gestão do governador Romeu Zema (Novo) informou que o reajuste de 17,78% está prevista no contrato de concessão e corresponde à inflação entre março de 2021 e março de 2023, período em que o preço da passagem permaneceu sem reajustes.
Em dezembro, a empresa Comporte Participações S/A, de São Paulo, arrematou o metrô da capital mineira pelo valor de R$ 25.755.111, com lance único.
A viagem do metrô em Belo Horizonte custava R$ 1,80 em março de 2019 e aumentou sete vezes até 2021, totalizando 150% em dois anos.
Nessa sexta-feira (30/6), os metroviários de Belo Horizonte promoveram uma manifestação contra o reajuste da passagem na Praça da Estação, no hipercentro da capital mineira. Para os metroviários, o reajuste não deveria ocorrer porque até o momento não houve obras de expansão do metrô.
“É uma vergonha esse aumento, ainda mais sem que tenha tido nem um início sequer de expansão/obra. Existe uma discussão sobre a mobilidade urbana e a tarifa social e zero. Aí vem o governo estadual e autoriza um aumento de quase 18% e retira direitos, provoca demissões e traz adoecimento ao trabalhador. O sindicato é totalmente contra esse aumento uma vez que transporte é um direito que está previsto na constituição”, informou a presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerias (Sindimetro-MG), Alda Fernandes.
Bilhetagem digital e wi-fi
A partir da segunda quinzena de julho, o Metrô BH vai testar a bilhetagem digital do sistema. De acordo com a empresa, o objetivo é seguir a premissa de digitalização do sistema metroviário e entrega de uma experiência de viagem mais tecnológica aos usuários, além da diminuição do tempo de espera nas filas para a compra da passagem nas bilheterias. A implementação final do bilhete eletrônico está prevista para agosto.
Além disso, até o fim de julho, todos os vagões e estações terão wi-fi gratuito. Para a bilhetagem digital, o usuário poderá utilizar a conexão para baixar um aplicativo que será lançado em breve. Utilizando crédito, débito ou pix, o cliente conseguirá adquirir a passagem no app, que será disponibilizada através de um QR Code. Durante o período de testes, alguns bloqueios das estações estarão equipados com novo dispositivo capaz de ler o código rapidamente para liberação do usuário.