O sumiço das duas cápsulas de Césio-137 de uma mineradora de Nazareno, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, trouxe à tona outro acidente relacionado com materiais radioativos, ocorrido em Goiás, há 35 anos.
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Nesse momento, cerca de 19 gramas de cloreto Césio-137 ficaram expostos ao ambiente. Um pó branco que emitia uma luz em tons azulados quando estava no escuro chamou a atenção da vizinhança e foi exibido durante quatro dias. Inclusive, algumas pessoas levaram amostras do material radioativo para a casa.
Como se espalhou
O Césio-137, aos poucos, foi se espalhando por uma área ainda maior devido ao fato de que parte do equipamento foi revendido a outro ferro velho. Com essa disperção, não demorou muito para as pessoas apresentarem os primeiros sintomas após ficaram expostas aos altos níveis de radiação.
Diarréia, náuseas, tonturas e vômitos foram amplamente constatados e diagnosticados pelos médicos em hospitais da cidade. Após 16 dias do fato, parte da máquina foi levada à Vigilância Sanitária e se confirmou que os sintomas se tratavam de uma contaminação radioativa.
A contaminação matou quatro pessoas. As primeiras mortes aconteceram na família do dono do ferro velho. A mulher dele, Maria Gabriela, morreu no dia 23 de outubro 1987 e a sobrinha, Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, morreu horas depois da tia. A garotinha foi a vítima que apresentou maior quantidade de radiação pois ingeriu pequenas porções de Césio depois de brincar com o material radioativo.
Outros 49 pacientes vítimas da exposição de Césio-137 foram levadas para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. O hospital é referência no tratamento de vítimas de acidentes radioativos, em que 21 pacientes passaram por tratamento intensivo. Foram confirmadas quatro mortes. Ao todo, estima-se que mais de 112 mil pessoas foram expostas aos efeitos do Césio-137 em Goiânia.