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Estado de Minas CLIMA

O que explica as oscilações nas temperaturas neste inverno?

Meteorologista do Inmet e climatologista do Climatempo explicam o que está por trás das mudanças repentinas das temperaturas no inverno de 2023


12/07/2023 18:41 - atualizado 12/07/2023 19:08
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Vista do Bairro Sao Bento a partir do Belvedere
De acordo com as previsões do Inmet e do Climatempo, as temperaturas devem se manter altas até o fim da semana e, depois, devem cair novamente, seguindo a tendência que já vem sendo observada (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press)
Belo Horizonte bateu recorde de frio na quinta-feira (6/7), marcando pela terceira vez, só na semana passada, um recorde de temperatura. Porém, nesta semana, a capital apresentou temperaturas mais altas. Em contraste com a temperatura registrada na quinta mais fria do ano, de 8,8°C, nesta quarta-feira (12/7) os termômetros chegaram a registrar 30,7°C, que foi a mais alta do dia.

Ao longo do dia, as temperaturas têm oscilado, o que é normal nos períodos de inverno, como diz a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Anete Fernandes. “Essa grande variação das temperaturas ao longo dia é uma característica normal do nosso inverno”, conta. No entanto, neste ano, a situação é diferente devido a uma combinação de dois fatores: o aquecimento global em consonância com o fenômeno El Niño.
De acordo com as previsões do Inmet e do Climatempo, as temperaturas devem se manter altas até o fim da semana e, depois, devem cair novamente, seguindo a tendência que já vem sendo observada. O motivo da queda nas temperaturas é a chegada de uma massa de ar frio que, como explica Ruibran dos Reis, climatologista do Climatempo, vem associada a uma frente fria.

O que causa as temperaturas mais altas?

Antes, quando as temperaturas estavam mais baixas, o país estava sob as condições do fenômeno La Niña, caracterizado por temperaturas mais baixas do que o normal no Oceano Pacífico tropical. Depois de três anos, o fenômeno se desfez e, agora, o Brasil sente os efeitos do fenômeno contrário: o El Niño, que causa temperaturas mais altas na mesma região.

“A massa de ar frio que atuava sobre a gente não atua mais e a massa de ar seco persiste junto com o tempo aberto, e isso favoreceu para que a umidade caísse e as temperaturas se elevassem”, como diz Anete Fernandes. Ela ainda completa dizendo que “a gente não tem tantos episódios frios porque a Lã Niña não atua mais”.
Além disso, pontualmente em Minas Gerais, o clima seco favorece a elevação das temperaturas. “Em dias com nebulosidade, o calor é emitido pela Terra, ‘bate’ nas nuvens, e volta para a superfície da Terra. Então, a temperatura de uma forma geral,  fica baixa durante o dia todo”, explica o climatologista Ruibran.

Os invernos serão mais quentes?

O observatório europeu Copernicus anunciou nesta quinta-feira (6/7) que, neste ano, o mundo registrou o mês de junho mais quente da história. A temperatura média planetária em junho foi de 16,51ºC e, assim como acontece em Minas, isso é resultado do aquecimento global em conjunto com o fenômeno El Niño.

“Da década de 1980 para cá, quando o efeito global começou a ter um efeito maior, os invernos têm sido mais quentes, assim como a primavera”, conta o climatologista do Climatempo, e isso acontece devido ao aquecimento global, que também está ligado com a formação tanto do El Niño quanto da La Niña.
Com o término da atuação do fenômeno La Niña, que durou três anos e chegou ao fim em fevereiro de 2023, as temperaturas também ficam mais altas que o usual até na primavera, que pode registrar, neste ano, recordes de temperaturas mais altas em Minas Gerais, ainda de acordo com o climatologista. Assim como o fenômeno contrário, o El Niño, deve reger as temperaturas pelos próximos três anos.
 
*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.


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