Jornal Estado de Minas

REJEITOS DE MINERIO

Depois de Ouro Preto, BH vai reaproveitar rejeitos de mineração

Os rejeitos de mineração que são descartados a céu aberto ou em barragens agora devem ser usados para compor materiais de construção civil em edificações de interesse social, além de servir de matéria prima para fabricar asfalto, quando subsidiados, financiados ou custeados pelo poder público. 




A partir de uma lei sancionada nessa quarta-feira (12/7) pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, instituiu-se que os rejeitos de minérios que acabam nas barragens e nos ambientes a céu aberto passarão a ser classificados como resíduos sólidos. Isso já acontecia em Ouro Preto, a partir de um projeto realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).

O Grupo de Pesquisa em Resíduos Sólidos (Reciclos) está trabalhando na construção da “Vila Reciclos UFOP”, que já conta com quatro casas, cada uma com uma área de 60 metros quadrados. As residências são divididas em sala, cozinha, área de serviço, banheiro e dois quartos. O que chama mais atenção é a relação de custo-benefício: esse modelo de casas custa 25% menos que um modelo tradicional de casas na mesma escala.
A vila deve ser inaugurada no final deste ano. Além das casas, o acesso dos veículos à vila foi pavimentado com blocos pré-moldados produzidos a partir dos resíduos sólidos, e a via de acesso que liga a sede de Ouro Preto ao distrito de Antônio Pereira, conhecida como Estrada da Purificação, foi pavimentada com os rejeitos da mineração.

Em BH, antes de usar os resíduos sólidos para as novas funções instituídas, tanto na construção civil quanto para pavimentação, deve haver um estudo de viabilidade e segurança, atestando que os insumos não oferecem prejuízo à saúde ou ao meio ambiente, além de não colocar a segurança da construção em risco. A durabilidade e a vida útil também serão consideradas.