Londres – As audiências entre as mineradoras BHP Billiton e Vale terminaram sem acordo. As partes discutem na Justiça inglesa se a empresa brasileira deve participar da ação em que é julgada a indenização de R$ 230 bilhões aos moradores e cidades afetadas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, em 2015.
Na quarta, os advogados da empresa brasileira apresentaram seus argumentos. Ontem, foi a vez dos representantes da BHP. A decisão ficou a cargo da Technology and Construction Court e só deve ser publicada a partir de 60 dias.
Julgamento sobre o rompimento
Inicialmente, o julgamento estava marcado para abril de 2024. A BHP pediu para que a justiça adiasse em 15 meses para analisar documentos. Entretanto, a nova data é outubro.
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Fontes ouvidas pela reportagem questionaram a audiência agendada para esta semana. Segundo ela, pode ser uma tentativa para tumultuar o processo, já que caso a Vale seja reintegrada, ela pode pedir um novo adiamento para o julgamento, justificando que precisa analisar os novos termos impostos. O valor estimado da indenização do processo gira em torno de US$ 44 bilhões (R$ 230 milhões).
O desastre
A barragem se rompeu em 5 de novembro de 2015, deixando 19 mortos e mais de 500 mil pessoas atingidas pelos 40 milhões de metros cúbicos despejados na Bacia do Vale do Rio Doce. O mar de lama passou pelo estado do Espírito Santo e chegou até o Oceano Atlântico. Dos 56,6 milhões de metros cúbicos da barragem, 43,7 milhões vazaram.