Jornal Estado de Minas

VOZES DO CÁRCERE

Detentos de Minas Gerais lançam livro de poesias

Trinta e dois detentos e sete servidores do Presídio de Frutal, cidade do Triângulo Mineiro, lançaram na manhã desta quinta-feira (13/7) o livro Vozes do Cárcere: Poesia e algo mais.

Em um dos poemas, Wederson Oliveira da Silva relaciona amor e detenção.




“Se te amar for crime
Quero que me prenda
Nas correntes dos teus abraços
E me julgue no tribunal do seu coração
E que seus braços sejam
Minha cela e minha prisão (...)” (Wederson Oliveira da Silva): esse é um trecho de uma das poesias do livro: Vozes do Cárcere: Poesias e algo mais.

Confira neste link um exemplar digital gratuito do livro.

A obra foi organizada pelo doutor em Serviço Social, Wanderley Pedrosa; a especialista em Psicologia Jurídica, Sarah Brinck e a graduada em Educação Infantil, Sara Rodrigues. 

“Convidamos cada detento para escrever uma poesia; com certeza, o fato de eles colocarem no papel suas poesias ou frases contribuiu muito para a autoestima deles e fez eles refletirem sobre as condições deles de presos e sobre a liberdade”, destacou Pedrosa, o idealizador do projeto.





O detento Julliano Mychael Neves, que participou do livro com o texto “Contos do crime”, foi o escolhido pelos organizadores para representar os escritores que participaram da obra literária. Ele autografou os livros do público presente: autoridades locais, estudantes, entre outros presentes. 

“Achei muito importante a presença dos jovens estudantes na cerimônia. É bom para eles refletirem que o crime e o mundo das drogas não compensam”, ressalta.

Liberdade, amor, cárcere e ressocialização


A psicóloga Sarah Andreza Brinck, que participou da organização do livro, explica que o projeto de publicar o livro surgiu para confeccionar poesias, relatos e frases com o tema liberdade, amor e cárcere. “Esse projeto congrega o que chamamos de ‘ressocialização’ que começa no cárcere para se expandir na vida egressa.

Ele serviu para a gente propiciar reflexão que é também uma das finalidades da pena; e, além disso, utilizar o passado como forma de aprendizagem e transformar o presente e o futuro. É um projeto reflexivo e necessário dentro dos presídios do nosso país”, destacou.