O espaço, que tem mais de 500 mil metros quadrados, será metade de áreas verdes e metade com construções
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DETALHES
Área do Aeroporto Carlos Prates será transformada em novo bairro de BH
Entre as propostas de utilização do espaço estão previstos a construção de uma UPA, Museu da Aviação, escolas e 4.500 de imóveis residenciais e comerciais
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Isabela Bernardes
17/07/2023 12:51 - Atualizado em 17/07/2023 14:39
A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou, nesta segunda-feira (17/7), que a área do antigo Aeroporto Carlos Prates será transformada em um novo bairro da Região Noroeste da capital mineira. Ainda sem nome oficial, o local contará com um grande parque, que garante a ligação dos bairros vizinhos e acesso a serviços públicos de saúde, educação e cultura.
O espaço será dividido entre parque, nova UPA, estacionamento, academia, Centro Esportivo, horta, Museu da Aviação, Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI), Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF), pista de skate, playground, restaurante popular, comércios e 4.500 novos imóveis com uso misto, ou seja, residencial e comercial.
Desses imóveis, a proposta é dividi-los entre 2.200 moradias para famílias com renda de até R$ 3.300; 1.350 unidades de livre comercialização (que podem ter uso residencial ou comercial) e 950 unidades para famílias com renda de até R$ 6.600. Segundo Pedro Maciel, subsecretário de Planejamento Urbano da Prefeitura de BH, o croqui ainda é inicial e pode sofrer alterações de acordo com o andamento dos estudos de impacto específicos para cada equipamento.
O espaço, que tem mais de 500 mil metros quadrados, será metade de áreas verdes e metade com construções. Segundo a PBH, essa proposta atende às necessidades da cidade e a previsão é que a ocupação aconteça gradualmente. O financiamento de todas as mudanças será feito por recursos próprios da prefeitura, programas do governo federal e, ainda, parcerias com a iniciativa privada. Essa última por meio de licitações que ainda serão detalhadas.
Proposta de uso do aeroporto levou em conta série de critérios
Para elaborar a proposta, técnicos da prefeitura realizaram um diagnóstico que incluiu análise da área de entorno, malha urbana, zoneamento, densidade demográfica, usos da região (predominantemente residencial), tempo de acesso a pé para escolas, centro de saúde, comércio e equipamentos culturais.
O estudo apontou que o entorno imediato da área apresenta baixa densidade demográfica (0 a 72 habitantes por hectare), principalmente na porção Sul e Leste. Além disso, a região ainda tem um elevado coeficiente de aproveitamento (usado para medir o quanto de área pode ser construída), favorecendo a produção habitacional com elevada densidade, ou seja, prédios com mais pessoas.
As mesmas equipes voltarão ao local na segunda quinzena de agosto para uma nova vistoria e garantir que a área cumpriu todos os requisitos de desocupação. O prazo para a retirada de mobiliário e esvaziamento total do aeroporto é 31 de julho.
Impactos da construção
As mudanças vão causar impactos na região, como novos corredores de acessos de trânsito, implantação de estações de ônibus e adequação do transporte coletivo. Uma preocupação da comunidade local é quanto a impermeabilização do solo para construções, há um temor dos moradores com a possibilidade de enchentes.
“O terreno fica no topo de um morro e absorve muito a água das chuvas, caso a absolvição seja pouca, podem ter problemas em regiões que estão mais baixas. A impermeabilização do solo, pode gerar enchentes em outros locais, por exemplo”, diz Luzia Barcelos, do coletivo Atingidos pelo Prates.
O coordenador do Coletivo Cultural Noroeste, Munish Pren, também destaca essa preocupação, mas em relação à captação de água para o lençol freático da cidade. “Esperamos que seja uma área não muito grande de construção, pois aquela área é um grande captador de água para os lençóis freáticos da capital e não pode ser toda impermeabilizada”, explica.
A proposta apresentada pela PBH, segundo o subsecretário de planejamento urbano, diminuirá os impactos causados pelas construções, mas ainda será necessária uma análise ambiental. “É uma proposta inicial, então ainda não temos os estudos ambientais feitos para dizer como será resolvido. Mas o projeto vem no sentido de melhorar a permeabilidade consideravelmente. Os impactos serão completamente mitigados”, explica Pedro Maciel.