O técnico de handebol estudantil Francisco Júnior Corrêa Mota, de 31 anos, foi indicado nesta quinta-feira (20/7) pela Polícia Civil por injúria racial durante os Jogos Estudantis de Minas Gerais (JEMG) 2023, realizado em Pompéu, na Região Central do estado. O caso aconteceu em junho deste ano.
A Polícia abriu um inquérito no dia 14 de junho, para investigar o crime, após um áudio ser divulgado nas redes sociais pelo vereador Rodrigo Braga, de Sete Lagoas.
Segundo ele, o técnico do time de handebol usou falas racistas após ser questionado por um aluno de 15 anos, de Sete Lagoas, sobre o placar de um jogo e a presença de atletas da equipe que não seriam de Pompéu.
Os fatos chegaram ao conhecimento do Ministério Público, que instaurou Ação Civil Pública (ACP) , para dissolver a associação de Pompéu, onde Francisco atuou como treinador.
Durante as investigações conduzidas pela delegada Letícia Müller, a identidade do suspeito foi apurada.
"Ele confessou ter enviado as mensagens, mas negou ter tido a intenção de ofender o adolescente com termos racistas. Diante dos elementos informativos produzidos, o investigado foi indiciado pela prática do crime de injúria racial, caracterizando uma espécie do crime de racismo, conforme tipificado no artigo 2º-A, caput, da Lei 7.716/89, cuja pena pode chegar a cinco anos de prisão", explicou a delegada.
O inquérito foi concluído no início desta semana e será encaminhado ao Poder Judiciário para análise e adoção das providências cabíveis.
Relembre o caso
No dia 14 de junho, durante o torneio estudantil sediado em Pompéu, o atleta de 15 anos de Sete Lagoas comentou em um post de rede social afirmando que o placar de uma das partidas estava errado. Ele completou que o time local tinha membros que não eram da cidade.
Francisco, usando o perfil da Aesge do Instagram, respondeu ao adolescente com injúria racial e palavras de baixo calão.
Nas gravações, é possível ouvir falas como "preto", que Sete Lagoas "é um esgoto", além de falas como "voltem pra favelas pobre!", "nós temos dinheiro", entre outras ofensas.
Na época, time e o técnico se posicionaram por meio de uma nota conjunta, após o caso. O treinador afirmou que “nunca teve a intenção de causar ofensas ou menosprezar qualquer pessoa, muito menos racialmente” e declara que “espera que tudo seja esclarecido em seu tempo.”
Em nota, os advogados Paulino Gontijo, Alexandre Simão e Leonardo Gontijo, que representam o técnico, se pronunciaram e informaram que “a conclusão da Polícia Civil possui natureza opinativa, tendo se distanciado de uma acertada compreensão da realidade jurídica dos fatos.”
Em nota, os advogados Paulino Gontijo, Alexandre Simão e Leonardo Gontijo, que representam o técnico, se pronunciaram e informaram que “a conclusão da Polícia Civil possui natureza opinativa, tendo se distanciado de uma acertada compreensão da realidade jurídica dos fatos.”