Após polêmica sobre o “limpa” que a Prefeitura de Passos, Sudoeste de Minas, fez na Pré Escola Municipal Professora Ana Maria Ribeiro, localizada no jardim Polivalente, com o corte de árvores e destruição da horta de verduras com motosserras e terraplenagem do terreno, o impasse, apesar dos traumas deixados na comunidade escolar e dos defensores do verde, parece ter se chegado a um consenso. Foi preciso que a Câmara dos Vereadores intervisse na queda de braço. O lugar vai dar espaço à construção de um Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil).
Na quinta-feira passada (13/7), após a publicação do Estado de Minas, houve comoção e um amplo debate iniciou-se, por sugestão de mães da comunidade um abaixo assinado pela transferência da construção do Cemei. Até quinta-feira (20/7) foram coletadas aproximadamente 150 assinaturas.
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A comunidade escolar buscou os vereadores para reclamar que a decisão da prefeitura de construir uma nova escola acabou com o projeto ambiental desenvolvido pela escola e causou indignação na comunidade escolar e em moradores do entorno.
Os vereadores agendaram uma nova reunião com a Comissão de Educação, Cultura Desporto, Lazer e Turismo , que ocorreu anteontem (19/7), na Câmara, através da Comissão de Educação, em que participaram os vereadores, a Secretária de Educação, Rosa Beraldo, a Secretária de Obras, Clélia Rosa e o Diretor de Meio Ambiente, José Augusto Toledo.
Rosa Beraldo disse que existe o compromisso da Prefeitura para o plantio de novas mudas em espaço livre, que estará reservado na área em que escola vai dividir com o novo Cemei Hilton Rosa da Silva. De uma área total de 5 mil metros quadrados, ela disse que 2 mil poderão ser usados para área verde.
O tamanho do Cemei foi questionado pela comissão pró Pré Escola. Um novo Cemei que dividirá o mesmo espaço e poderá atender 180 crianças em período integral ou 376 crianças em período parcial. Rosa Beraldo infomou que a demanda de crianças é em número de 100 naquela região.
Segundo a Câmara, a professora Giseli B. M. Barbara ressaltou que ninguém é contra a construção do Cemei, mas que há o inconformismo pelo corte das árvores. A diretora Luciaelena disse que era esperado um entendimento e que a polêmica poderia ter sido evitada se a comunidade tivesse sido ouvida.
“Construção de uma escola é o que há de mais nobre dentre todas as políticas públicas, já que o conhecimento pode evitar a maioria dos males da humanidade, contudo, nenhuma escola de nascer com a marca da violência.”, disse a professora Giseli.
Ficou acordado que o projeto seguirá com as devidas adaptações, não haverá muro de separação entre as crianças da escola e do Cemei, a área de esportes extinta será reconstruída e será feito o trabalho de rearborização nos 2.000 m2 restantes.
A prefeitura não se dispôs em mudar a construção para outro terreno, mas houve avanços. “O debate era necessário para chamar atenção da população com relação aos espaços escolares, ao que é ensinado e construído junto com a comunidade e para a educação ambiental. Uma preocupação era com relação às plantas descritas no portal da transparência, eram duas, os dois blocos da construção ficavam em posições diferentes o que gerou dúvidas, pois caso fosse executado o ambiente ainda sofreria mais intervenções. A prefeitura apresentou uma nova planta que preserva o Flamboyant e a casa da árvore, a casinha de boneca e o parque. Mas o campo, onde aconteciam as aulas de educação física, não poderá ser preservado”, conta a professora Giseli.
A secretária de Educação disse que as famílias do bairro serão convidadas para o plantio de novas mudas no estabelecimento.
Mesmo assim vai demorar anos para ser reconstruído o que foi ao chão. A Pré-Escola fica num espaço privilegiado, onde o ambiente propicia a paz. Foi construída numa antiga chácara com pomar e uma bela área verde. Desde 2007, atende 250 crianças de 4 e 5 anos.
A alfabetização ecológica é um trabalho já incorporado à prática dos docentes. Ao longo de 15 anos, além das árvores que ali existiam como, por exemplo, 1 mangueira de 40 anos, 6 jabuticabeiras, 2 amoreiras enormes, abacateiro, goiabeiras pé de acerola, entre outros, a comunidade escolar, especialmente alunos e professores foram plantando mais árvores, construíram uma casinha na árvore, uma pracinha sensorial, gramaram o quintal da escola, tudo isso com recursos arrecadados pelo colegiado escolar.