No Dia Mundial da Prevenção ao Afogamento, 25 de julho, autoridades e organizações alertam para o aumento do número de crianças que foram internadas vítimas de afogamento. Um levantamento feito pelo Instituto Bem Cuidar, com dados do DataSus, do Sistema Único de Saúde, mostra que, de 2021 para 2022, o número de crianças entre 0 a 14 anos internadas devido a esse tipo de incidente subiu 7,61%.
Apesar de não figurar entre as principais causas de internação no ano passado, houve um aumento substancial em relação a 2021, ano em que os afogamentos representaram 26% dos óbitos por lesões não intencionais entre crianças e adolescentes, sendo a segunda causa de morte nessa faixa etária.
No grupo entre 5 e 9 anos, os casos de afogamento em 2022 aumentaram em 75%. Já em crianças de até um ano, esse acréscimo foi de 18,18%, enquanto na faixa etária entre 1 e 4 anos, de 1,48%.
Visando conscientizar pais e familiares, a Aldeias Infantis SOS se uniu à Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) para apoiar o movimento “Go, Blue”, que fala sobre prevenção desse tipo de incidente. Este ano, a iniciativa envolverá mais de 1.200 locais pelo país, que aderiram ao movimento e estarão iluminados de azul na data da efeméride.
“Cerca de 90% dos acidentes poderiam ser evitados por meio de ações comprovadas de prevenção, como dicas simples aos pais, familiares e cuidadores para tornar o ambiente doméstico e comunitário mais seguro, promovendo a cultura do bem cuidar e do cuidado de qualidade”, destacou Erika Tonelli, especialista em Entornos Seguros e Protetores da Aldeias Infantis SOS.
- Criança morre afogada em festa de aniversário em Minas
Em Minas Gerais, o Corpo de Bombeiros registrou 260 mortes por afogamento em 2022. Somente até o mês de junho deste ano, foram 155 mortes por afogamento no estado.
Aproveitando a data, a corporação realizou uma ação educativa junto ao Clube Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. No local ocorre uma colônia de férias e os bombeiros conversaram com pais e responsáveis para alertar sobre os riscos e perigos.
Confira abaixo algumas dicas para prevenir afogamentos com crianças e adolescentes:
- Nunca deixe crianças sozinhas dentro ou próximas da água: nessas situações, um adulto deve supervisioná-las de forma ativa o tempo todo.
- Ao entrar na água, faça o uso de coletes salva-vidas, uma vez que boias de braço são escorregadias e não aconselhadas.
- Ensine as crianças a não correrem, empurrarem e pularem em outras pessoas, tampouco simularem que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar.
- Explique às crianças que nadar sozinhas, sem ninguém por perto, é perigoso.
- Crianças pequenas podem se afogar em qualquer recipiente com mais de 2,5 cm de profundidade, seja banheira, pia, vaso sanitário, balde, piscina, praia ou rio.
- Após utilizar baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis, mantenha-os vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças.
- Mantenha a tampa do vaso sanitário para baixo e, de preferência, mantenha a porta do banheiro fechada (principalmente com as crianças menores de 4 anos).
- Deixe cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.
- Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e aos reservatórios de água.
O Dia Mundial de Prevenção ao Afogamento é celebrado em 25 de julho. Esta data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2021 com o objetivo de chamar a atenção para a importância da prevenção do afogamento, uma causa significativa de mortalidade e morbidade em todo o mundo.
O Dia Mundial foi declarado em abril de 2021 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). A OMS foi designada a coordenadora e facilitadora das ações. A Sobrasa, parceira da OMS na luta contra afogamentos, coordena nacionalmente a campanha. Esse evento global lembra as quase 6 mil vidas perdidas todos os anos no Brasil por afogamento e convoca todos a se tornarem protagonistas da prevenção.