As empresas de ônibus que operam em Belo Horizonte culparam a falta de “tratamento preferencial” para o transporte coletivo e o “trânsito caótico” da cidade para responder aos atrasos de viagens que resultaram no repasse menor do subsídio que tem sido pago por Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e Câmara Municipal. Isso porque, conforme a nova lei nº 11.538, que permitiu o pagamento e reduziu a tarifa dos coletivos, o montante de R$ 17,9 milhões só seria pago de forma integral caso todas as condições impostas pelo contrato fossem cumpridas.
O valor pago da primeira parcela do subsídio de R$ 512 milhões foi de R$ 16,8 milhões para o transporte convencional, montante menor do que o previsto devido a penalidades aplicadas. Com isso, o consórcio das empresas de ônibus recebeu R$ 1,1 milhão a menos.
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Entre os apontamentos dos empresários, está a “urgência” na implementação de faixas exclusivas para ônibus na capital. Atualmente em BH, conforme dados da administração municipal, existem 23 faixas exclusivas e cinco pistas exclusivas para o tráfego do transporte coletivo. As intervenções acontecem em avenidas e ruas de grande movimento e já conhecidas pelo trânsito intenso, principalmente durante horários de pico, como: avenidas Cristiano Machado, Dom Pedro II, Augusto de Lima, Paraná, entre outras.
As viagens são monitoradas em tempo real e fiscalizadas pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob). "Quanto pior for a operação, mais a gente desconta. Há níveis definidos em portaria. Nós não vamos dar um centavo do povo de Belo Horizonte de graça. Só vamos pagar o que for devido", declarou o superintendente de mobilidade, André Dantas, em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (28/7).
O desconto também foi feito às empresas do sistema suplementar. Os chamados "amarelinhos" receberam menos de 60% do valor, que deveria ter sido de R$ 716.667,02; ficaram com R$ 416.021,40. Isso porque cumpriram apenas 72,51% do acordado pela lei.