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Estado de Minas UBERLÂNDIA

MPF investiga negligência em caso de idoso que morreu na porta de hospital

Eurípedes Roberto Faria, de 74 anos, morreu no sábado dentro de uma ambulância após passar a madrugada aguardando atendimento em Hospital de Clínicas


31/07/2023 19:15 - atualizado 31/07/2023 19:22
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Fachada do hospital
Hospital afirmou estar superlotado (foto: Divulgação/HC-UFU)
O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar se houve negligência e de quem é a responsabilidade no caso da morte do idoso que passou a madrugada aguardando atendimento e morreu na porta do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), no fim de semana. A Prefeitura de Uberlândia acionou a Procuradoria do Município por conta de descumprimento de contrato de pactuação com a unidade.
 
O procurador da República Cleber Eustáquio Neves assinou despacho instaurando o procedimento para investigação do caso. “A finalidade é saber quem o é responsável pela negligência. Sabemos que no hospital (HC-UFU) havia equipe para poder atender”, disse.
 
Eurípedes Roberto Faria, de 74 anos, morreu no sábado (29/7) dentro de uma ambulância após esperar por atendimento na porta do HC-UFU. Ele passou mal na noite de sexta-feira (28/7) e foi levado pela família para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro São Jorge. No local, após realizar exames, os médicos disseram que se tratava de um caso de infarto.
 
Como o quadro era sensível, foi solicitada transferência para o Hospital das Clínicas. Mas, sob a justificativa de que o Pronto Socorro estava lotado, ele não foi recebido e passou a madrugada na UTI Móvel disponibilizada pelo Município. No fim da madrugada ele teve parada cardiorrespiratória e morreu na porta da unidade.
 
A transferência determinada pela regulação municipal aconteceu por meio do chamado “vaga zero”, que é um instrumento para que casos de extrema gravidade recebam atendimento mesmo se a unidade hospitalar não tiver leito disponível.
 
Em nota, o Hospital de Clínicas se manifestou e informou que convive com superlotação. Hoje conta com 69 leitos de Pronto Socorro e atende a 156 pacientes. O texto segue dizendo que o hospital tem feito informes diários e solicitado apoio à Secretaria de Saúde, gestor local do SUS, além de se colocar à disposição para encontrar formas de ajudar na solução.
 
“Essa superlotação do PS-UFU transparece uma pactuação com os Municípios que o hospital não tem condições de atender. Já temos uma investigação a esse respeito”, afirmou ainda Cléber Eustáquio.
 
Município
A Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia acionou a Procuradoria do Município para que medidas sejam tomadas, uma vez que existe um contrato assinado ainda em dezembro de 2022, por meio do qual o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia se compromete a fazer atendimentos como o caso de Eurípedes Roberto Faria.
 
“Lá está pactuado que algumas patologias são de vaga imediata e que serão encaminhadas também imediatas. Entre as patologias está infarto com supra, que é o que aconteceu com esse paciente”, disse o secretário de Saúde Clauber Lourenço.
 
Ele ainda relata que, no sistema no hospital, consta o recebimento do paciente, que nunca saiu da UTI móvel. “A alegação era de não haver leitos, mas a vaga zero é algo que tem extrema necessidade de avaliação de imediato. Esse deveria ir para o setor de cateterismo. Esse setor não foi acionado, ele ficou na ambulância. E às 2h45 a equipe do Pronto Socorro da UFU fez a internação online do paciente, colocou no SUS Fácil como se o tivesse internando”, contou Lourenço.


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