A Prefeitura de Belo Horizonte assinou, nesta quinta-feira (3/8), a autorização para iniciar a construção de mais um viaduto na Avenida Cristiano Machado. A estrutura ficará no cruzamento com a Avenida Sebastião de Brito, altura da estação de metrô Primeiro de Maio, Região Norte da capital. A previsão é que as obras terminem no segundo semestre de 2025.
Segundo o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), uma obra começará, mas outra intervenção será realizada e entregue nos próximos anos, a macrodrenagem do Ribeirão Pampulha. Todas para "resolver definitivamente o problema de inundação e trânsito na região", disse Fuad, em coletiva de imprensa.
O projeto de macrodrenagem planeja diminuir as inundações na área, especialmente na Avenida Sebastião de Brito. A 1ª etapa está em andamento desde setembro de 2022 e dará origem à Praça das Águas, uma estrutura com capacidade de armazenar 27 milhões de litros de água, captando a vazão dos ribeirões Pampulha, Onça e Córrego Cachoeirinha.
Desapropriações encaminhadas
Para construir o viaduto, serão investidos cerca de R$ 90 milhões com recursos do contrato de financiamento da Corporação Andina de Fomento e do Governo Federal. Apesar do benefício para a população, há sofrimento para quem precisa sair de casa ou comércio e dar espaço à estrutura.
Segundo a PBH, 31 desapropriações estão previstas para construção, sendo que 18 acordos já foram realizados, três estão em fase de negociação e 10 estão sendo conduzidas pela Procuradoria-Geral do Município para desapropriação judicial. O valor estimado para as desapropriações é de R$ 19 milhões.
Para Sebastião Lopes Santana, dono da Gessoart, comércio localizado em um dos quarteirões que serão desmanchados, há muita tristeza e preocupação envolvida, já que ele aluga o espaço há 17 anos e as negociações foram feitas diretamente com o proprietário.
"O que me chateia é que estou no mesmo local esse tempo todo, enfrentando enchentes, assaltos à mão armada e furtos. E não me falaram nada, só chegou um oficial de Justiça, em março, avisando da desapropriação", lamenta.
Ele afirma ainda não ter recebido prazo para sair, mas está montando toda a estrutura de novo, em um galpão alugado pelo mesmo proprietário. "Poderiam ter me procurado e tentar ajudar de alguma forma. É muito gasto que temos para pagar aluguel e construir tudo do zero. Está desesperador", lamenta.