A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu um homem de 27 anos acusado de ludibriar pais de crianças, com a promessa de que elas se tornariam modelos.
O suspeito foi preso, na noite de sexta-feira (11/8), em um hotel no Centro de Belo Hoirzonte pela prática de estelionato contra 36 vítimas e também por crime contra a ordem tributária praticado por particular.
Conforme a polícia, esse homem estaria contratando modelos mirins para campanhas publicitárias e ludibriando os responsáveis legais. Até o momento, as vítimas identificadas pela PCMG sofreram um prejuízo de aproximadamente R$ 50 mil.
A polícia contou que os alvos do estelionatário eram pais e mães de baixo poder aquisitivo. Abordados no Centro de BH, eram enganados com a falsa promessa de que seus filhos poderiam ser modelos e seguir a carreira trabalhando para grandes marcas de roupas e óculos infantis, com cachê de R$ 500 a R$ 1 mil.
Seduzidos pela proposta, pais e responsáveis participavam com as crianças, de idades variadas, do que seria o primeiro trabalho remunerado, marcado para este fim de semana, em um hotel da capital.
No entanto, ao se apresentarem, os interessados eram informados que, para fazer o trabalho, teriam de pagar R$ 3 mil para a criação de um book fotográfico para a criança ingressar definitivamente no mercado de modelo mirim. Uma das vítima teria parcelado este valor no cartão de crédito do pai.
Efetuado o pagamento do book, surgiam novas demandas de pagamentos, o que resultou em dívidas altas para as famílias com a agência de modelos com sede em São Paulo.
Na ação feita no hotel, a polícia apreendeu celulares e notebooks. No local, estavam fotógrafos e agenciadores. Agora, a investigação está em curso para descobrir se um grupo de 15 profissionais também sabiam do golpe ou somente prestavam serviço.
Segundo a polícia, já existem três boletins de ocorrência contra esse homem, que já aplicou o golpe pelo menos quatro vezes em Minas.
No Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família, as delegadas Carolina Bechelany e Thalita Caldeira e o delegado , Diego Lopes falaram sobre a ação.
Carolina Bechelany disse que "a abordagem ocorria com pessoas mais simples, diziam que os filhos eram bonitos, que podiam ser modelos e prometiam um futuro promissor, com ascensão financeira".
Conforme Diego Lopes, apesar de tantas inconsistências, "eles dão à ação aspecto de legalidade, empresa com CNPJ em São Paulo, com equipe de profissionais, que induzem as vítimas. É um crime de estelionato que se assemelha com outro que ocorreu com famílias sendo aliciadas para levar seus filhos para categoria de base de times de futebol"
Nesse caso da carreira de modelos, a promessa era de um trabalho publicitário para grandes marcas, mas no fim, se limitavam a entregar as fotografias feitas no local, como destacou o delegado.
Thalita Caldeira enfatizou que "as marcas citadas pelo homem sequer sabiam que estavam sendo envolvidas no golpe. E eles falavam em grande marca de óculos e observamos que, na verdade, e ra óculos falsificados. Assim como o uso de roupas populares e não de uma outra grande marca, como diziam. Fizeram um teatro".